Instituto Omolará: organização fortalece mulheres negras em diversas áreas

Iniciativa trabalha com ações de direitos humanos, educação e afroempreendedorismo por meio de projetos, parcerias e investimento social para mulheres negras e suas comunidades

6 jul 2022 - 14h46
Foto de uma ação do Instituto Omolará Brasil.
Foto de uma ação do Instituto Omolará Brasil.
Foto: Imagem: Reprodução/ Facebook Instituto Omolará / Alma Preta

"Nascida no tempo certo". Esse é o significado em Yorubá de Omolará, nome do instituto criado em 2012 por quatro mulheres ativistas que trabalham pela equidade racial, de gênero e econômica por meio de projetos, parcerias e investimento social.

A gestora de projetos sociais e vice-presidente do Instituto Omolará Brasil, Eliana Maria Custódio, conta que a ideia da iniciativa surgiu muito da experiência de atuação de mulheres negras que trabalhavam em diferentes áreas sociais, mas que resolveram se unir para desenvolver projetos e ações que atendessem jovens e mulheres negras de comunidades, principalmente, do Rio de Janeiro e de São Paulo.

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A vice-presidente do Omolará conta que cada uma das quatro mulheres envolvidas na criação do Instituto eram de uma área diferente. Silvia Regina era da área do ativismo, especialista em cooperativismo de mulheres e contadora. Patrícia Alves tinha um foco na educação, principalmente educação antirracista. Sinara Rúbia atuava muito fortemente na área de valorização da cultura e também tinha um foco em contação de histórias. Além disso, ela própria, Eliana, sempre atuou na área de empoderamento feminino socioeconômico de mulheres negras.

"A partir disso vimos uma sinergia muito grande entre nós quando pensávamos em metodologias de trabalho com mulheres negras e pensávamos em metodologias que resgatassem os valores afrocentrados. Pensamos em como a tecnologia vem da África e se perde dentro de um contexto eurocentrado, e que podíamos olhar para os saberes tradicionais e trazer isso para o nosso cotidiano para aplicar esses saberes nas nossas ações de empoderamento com mulheres", explica Eliana.

"Nos unimos nesse contexto, de pegar os saberes tradicionais e as tecnologias africanas para potencializar as mulheres negras que a gente tinha como público-alvo", complementa.

Ações de valorização e fortalecimento

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A organização sem fins lucrativos tem como foco de atuação atividades que se concentram nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. As ações do Instituto também estão focadas nas áreas de direitos humanos, educação e afroempreendedorismo, com programas pela defesa dos direitos das mulheres, formação política e econômica, governança e advocacy, além de valorização das artes e culturas de resistência.

Eliana Custódio pontua que o Instituto Omolará trabalha em um processo de agir por região e nos territórios. Alguns projetos começaram a partir de demandas levadas à organização pelas próprias moradoras de comunidades.

"Nosso público-alvo depende do projeto. Tem projetos que vão atrair um público mais jovem e há outros que vão atrair um público mais adulto, como mulheres acima de 40 anos", relata a vice-presidente da organização.

Entre as diversas atividades desenvolvidas pelo Instituto está o "Programa Kizomba Empreendedora do Morro dos Macacos", coletivo que trabalha com mulheres negras empreendedoras da Comunidade do Morro dos Macacos, no Rio de Janeiro, para seu fortalecimento econômico. O projeto tem parceria com o Instituto Sabrina Sato.

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"Temos também um projeto na Maré, no Rio. É um projeto que temos parceria com uma universidade e mulheres produzem absorventes ecológicos para comercialização. Estamos agora no processo de formar as mulheres para fazer a precificação dos seus serviços e produtos. É uma ação ligada à questão ambiental e à saúde menstrual", destaca a gestora de projetos sociais Eliana Custódio.

A organização também desenvolve as ações de formação política chamada "Encontros Com Iya", que tem o objetivo de resgatar valores afro-brasileiros voltados para o fortalecimento das subjetividades de mulheres e jovens negras enquanto sujeitos que podem transformar suas realidades. Os encontros recebem o apoio do Programa de Aceleração de Lideranças Femininas Marielle Franco do Fundo Baobá para a Equidade Racial.

"É importante falar também que o Omolará é uma organização que tem a pretensão de ser um fundo. A gente é registrada também como um fundo de investimento e iniciativa de mulheres e meninas em situação de vulnerabilidade socioeconômica", pontua Eliana Custódio.

Contribuições e doações

A organização aceita doações de contribuintes mensais que queiram colaborar e investir para a continuidade das ações realizadas.

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"O Omolará é uma organização de mulheres negras, feita por e para mulheres negras, que atua dentro das comunidades com pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Então investir nas iniciativas do Omolará é apoiar diretamente esse segmento da população que tem pouco acesso a recursos, a projetos e programas sociais de uma forma continuada. Investir em Omolará é investir nesses territórios e potencializar essas mulheres jovens desses locais", finaliza a vice-presidente da organização.

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