A condição dos pneus é um fator de segurança veicular e um item de fiscalização de trânsito. Dirigir com pneus em mau estado, especialmente "carecas", acarreta penalidades e coloca em risco os ocupantes do veículo e outros usuários da via. Compreender a manutenção necessária e os limites legais é fundamental para todo motorista.
O risco e a penalidade
Circular com pneus cujo desgaste da banda de rodagem tenha atingido os indicadores ou com profundidade remanescente inferior a 1,6 milímetros é considerado
infração grave pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
A penalidade para essa infração é uma multa de R$ 195,23, além de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O veículo pode ser retido no local da abordagem até que os pneus sejam regularizados.
Como identificar o pneu careca
Segundo o consultor automotivo Vinícius Ferreira, todo pneu tem um indicador de desgaste, chamado TWI (Tread Wear Indicator). “Ele é uma pequena marca, uma espécie de "relevo" que fica dentro dos sulcos (os desenhos do pneu)”, explica.
“Se a borracha do pneu já estiver no mesmo nível dessa marquinha, significa que os sulcos estão com menos de 1,6 milímetros de profundidade – o mínimo permitido. Chegou a hora de trocar o pneu”, detalha Ferreira.
Manutenção preventiva dos pneus
Para prolongar a vida útil dos pneus e garantir a segurança, a manutenção periódica é indispensável.
Alinhamento e balanceamento. O especialista recomenda realizar esses procedimentos a cada 10.000 quilômetros rodados. “Eles também são necessários após a substituição de pneus, colisões, ou se o motorista perceber que o volante trepida ou que o veículo ‘puxa para um dos lados’”.
O alinhamento ajusta os ângulos das rodas para que fiquem retas em relação ao solo e paralelas entre si, enquanto o balanceamento corrige desequilíbrios do conjunto pneu-roda.
Rodízio de pneus. Ainda de acordo com Ferreira, deve ser feito a cada 8.000 a 10.000 quilômetros. O rodízio consiste em trocar os pneus de posição no veículo (geralmente os dianteiros com os traseiros), o que ajuda a distribuir o desgaste de forma mais uniforme e prolongar a vida útil do conjunto.
Vida útil do pneu
“A durabilidade de um pneu varia conforme o uso, o tipo de estrada, a manutenção e a qualidade do produto. Em média, pneus originais de carros de passeio podem durar entre 40.000 a 60.000 quilômetros. Pneus de alta performance podem ter uma vida útil menor, enquanto alguns modelos, com manutenção adequada, podem superar os 80.000 quilômetros”, explica.
Além da quilometragem, o especialista ressalta que o fator tempo também é relevante. Fabricantes recomendam a troca dos pneus a cada 5 a 6 anos, mesmo que a quilometragem não tenha sido atingida. Isso se deve ao ressecamento da borracha ao longo do tempo, que pode comprometer a segurança.
A atenção regular à condição dos pneus e a adesão ao cronograma de manutenção preventiva são medidas essenciais para a segurança no trânsito e para evitar sanções legais.
