A indústria automobilística chinesa se propôs a conquistar a Europa. Além de levar carros diretamente da China e de criar parcerias com grupos europeus, está também abrindo fábricas no Velho Continente. É a forma ideal de evitar pacotes tarifários, mas há um problema: algumas empresas estão montando seus carros com kits de montagem rápida. E isso não está pegando bem.
Recentemente, Stéphane Séjourné, vice-presidente de Prosperidade e Estratégia Industrial da Comissão Europeia, comentou ao site italiano La Stampa que o órgão está acompanhando a situação de algumas fabricantes chinesas. O foco, na verdade, está nas que se estabeleceram na Espanha. "Atualmente, há fabricantes na Europa que montam carros chineses com componentes chineses e pessoal chinês. Isso está acontecendo na Espanha e na Hungria, e não está certo".
Há pouco mais de um ano, entraram em vigor as tarifas para carros elétricos vindos da China. Os veículos não precisam ser chineses (os Teslas da Gigafábrica de Xangai estão incluídos nessas tarifas, por exemplo). Com isso, o país asiático criou uma estratégia para montar os carros em países estrangeiros.
Esses kits "de desmontar e montar" são partes dos carros que são fabricadas e montadas na China para, depois, serem desmontadas (quando se comprova que tudo funciona), enviadas para o país de destino e, já no novo local, serem montadas novamente. Não é como fabricar um carro, e sim como reconstruir um Lego gigante.