A Atari segue firme e forte na releitura de suas propriedades clássicas, desta vez com Yars Rising, jogo ao estilo Metroidvania que marca o retorno de Yars Revenge, de uma forma bem diferente da que os veteranos dos anos 1980 se lembram.
Produzido pela WayForward, estúdio consagrado por séries como Shantae, River City Girls, Contra: Operation Galuga e várias outras, o jogo é protagonizado por uma jovem hacker, Emi "Yars" Kimura. Infiltrada na corporação maligna QoTec, Yars precisa chegar aos servidores da corporação e hackear informações sigilosas para expor seus planos para o mundo.
Visualmente, o jogo é simples mas muito bem animado, com cenas de corte que lembram uma história em quadrinhos. Yars é muito carismática e meio atrapalhada e seus companheiros hackers dão alguma variedade para o desenrolar da trama. A trilha sonora é o destaque, com faixas cantadas que acompanham a ação e a exploração.
A ação rola toda em 2D, bem ao estilo Metroidvania. É preciso explorar os muitos andares da sede da QoTec, um verdadeiro labirinto cheio de armadilhas, guardas, robôs e plataformas. Conforme progride, Yars coleta novos equipamentos que ajudam a alcançar áreas antes impossíveis, além de permitir eliminar os robôs que vigiam as salas da corporação. Um detalhe bacana: a tela de inventário onde você equipa as melhorias encontradas por Yars funciona como um conjunto de pecinhas de Tetris.
Os mapas são bem projetados e os controles precisos. Falta uma certa dificuldade, tanto que considero esse um dos Metroidvanias mais acessíveis que já joguei. Há várias referências retrô, como chefes inspirados em outros jogos do Atari, como Missile Command, por exemplo, que vão deixar os jogadores nostálgicos com um sorriso no rosto.
Mas tudo muda quando você encontra um terminal para hackear - e você vai encontrar muitos deles. O hacking consiste em minigames que, na verdade, são baseados no Yars Revenge original. Basicamente, você vai controlar um mosquito alienígena através da tela, cumprindo tarefas para posicionar um canhão e disparar mísseis no alvo do outro lado. Há muitas variações disso, algumas mais simples, outras bem exigentes.
Se estiver sofrendo muito para superar algum minigame (ao morrer, é preciso começar a atividade od zero), o jogador pode ativar a opção de invencibilidade. Ainda é preciso jogar o minigame, mas sem o risco de perder tudo por um pequeno deslize, e sem nenhum prejuízo para o jogador que optar por essa 'trapaça'.
Considerações
Yars Rising é um jogo ao estilo Metroidvania bem bacana, mesmo que não seja dos mais desafiadores. Suas mecânicas, mesclando ação, exploração e minigames de tiro vindos direto do Atari, resultam numa mistura inusitada e criativa. E devo acrescentar, o jogo roda muito bem no Steam Deck.
Yars Rising está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch e Xbox Series X/S.
*Esta análise foi feita no PC e no Steam Deck, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Atari.