O universo de Alien está vivendo um novo fôlego. Depois do sucesso no cinema com Alien: Romulus e da boa recepção da série Alien: Earth (realmente muito boa!), é a vez dos games receberem destaque com Alien: Rogue Incursion Evolved Edition. Chegando no fim de setembro, o título traz ação em primeira pessoa misturada ao survival horror, explorando novamente o universo sombrio criado por Ridley Scott em 1979.
Essa edição não é um jogo totalmente inédito, mas sim uma versão adaptada do Alien: Rogue Incursion original, lançado em 2024 para realidade virtual (PS VR2, PCVR e Meta Quest 3). Agora, o conteúdo foi remodelado para consoles e PC tradicionais, garantindo que mais jogadores possam experimentar toda a tensão desse novo capítulo sem precisar de óculos VR.
Confira os detalhes a seguir aqui o Game On!
Aterrisando no planeta Purda
A trama se passa em 2140, posicionando-se entre os dois primeiros filmes da franquia e estabelecendo conexões com o game Alien: Isolation, de 2014. A protagonista é Zula Hendricks, personagem vinda dos quadrinhos e livros do universo expandido.
Ex-fuzileira colonial da Weyland-Yutani, Zula atende a um pedido de socorro que a leva ao planeta Purdan, onde descobre instalações secretas infestadas de Xenomorfos - como são conhecidas as criaturas sanguinárias.
Mas ela não está sozinha: o androide sintético Davis 01 a acompanha, servindo tanto de parceiro estratégico quanto de apoio narrativo.
A dinâmica entre os dois adiciona profundidade à campanha, enquanto os corredores escuros e laboratórios abandonados reforçam o clima de isolamento e terror característico da franquia, e garantem uma excelente ambientação imersiva.
Vale ressaltar que Alien: Rogue Incursion é o primeiro capítulo de uma história de duas partes, com o segundo jogo atualmente em desenvolvimento, com uma campanha com cerca de 8 a 10 horas de duração.
Imersão audiovisual
Embora esteja longe de ser um jogo que se destaque pelos seus gráficos e visuais - ao contrário de Ghost of Yotei ou Silent Hill f, por exemplo - Rogue Incursion compensa com uma ambientação com corredores escuros e assustadores digna de elogios, com um bom uso da iluminação, luzes e sombras, que garantem uma atmosfera envolvente e com muita tensão a cada passo - e isso é mais do que perfeito para um jogo dessa franquia.
Ao contrário de Silent Hill f, o jogo aposta em uma paleta de cores em tons frios e metálicos, transmitindo a claustrofobia das instalações e o isolamento do planeta Purdan. Esses ambientes que oferecem pouca ou nenhuma luz, oferecem aos Xenomorfos as condições perfeitas para se esgueirar ao redor e pegar o jogador de surpresa, caso ele não esteja com o seu radar ligado.
Além disso, o áudio também contribui para construir a tensão da experiência. Cada ruído metálico nos corredores, o eco distante de passos ou o som bameaçador dos Xenomorfos à espreita contribuem para manter o jogador em alerta constante.
Já a trilha sonora aposta em tons discretos e atmosferas sonoras que crescem em intensidade conforme a ação se aproxima, um recurso que amplia ainda mais a imersão e o suspense durante a partida.
Entre a ação e a sobrevivência
A jogabilidade carrega elementos da sua origem em VR: simples, acessível e direta. O jogo mistura tiroteios, exploração de cenários e gerenciamento de recursos, exigindo decisões rápidas entre enfrentar os xenomorfos ou se esconder. O arsenal inclui armas icônicas, como o rifle de pulso, mas a munição escassa obriga o jogador a pensar antes de disparar.
Apesar do bom ritmo, a inteligência artificial dos bichos deixa a desejar. Muitas vezes, os inimigos se limitam a movimentos previsíveis e podem ser derrotados sem grandes estratégias, quebrando parte da tensão. Ainda assim, os encontros são imprevisíveis o suficiente para manter o suspense, especialmente quando os xenomorfos surgem de dutos ou atacam de ângulos inesperados.
No Brasil, o jogo chega com legendas, menus e interfaces em português, algo essencial para expandir seu público. As traduções preservam o tom da narrativa e facilitam a compreensão da trama. O ponto negativo é que algumas legendas longas aparecem cortadas, problema que provavelmente será corrigido em futuras atualizações.
Considerações
Alien: Rogue Incursion Evolved Edition entrega uma experiência sólida para fãs de terror espacial. A narrativa envolvente, a ambientação cuidadosa e o design de áudio impecável fazem com que a tensão seja constante do início ao fim. O suporte ao português brasileiro também ajuda a tornar a jornada mais acessível e imersiva.
Por outro lado, a simplicidade da jogabilidade e a fraca inteligência artificial dos inimigos podem decepcionar quem busca maior desafio ou complexidade. Ainda assim, o saldo é positivo: o jogo honra o legado da franquia e reforça seu espaço no gênero survival horror, oferecendo momentos de suspense genuíno que devem agradar veteranos e novos jogadores.
Alien: Rogue Incursion Evolved Edition estará disponível em 30 de setembro para PC, PlayStation 5, e Xbox Series.
Esta análise foi feita no PlayStation 5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Survious.