Ceni fala em 'orgulho' após tirar invencibilidade do Palmeiras

Treinador diz que torcida tem que valorizar jogos do Tricolor ante líder do Brasileirão

24 jun 2022 - 01h27
(atualizado às 07h37)
Rogério Ceni durante a vitória do Tricolor sobre o Palmeiras, no Morumbi (Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC)
Rogério Ceni durante a vitória do Tricolor sobre o Palmeiras, no Morumbi (Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC)
Foto: Lance!

Para quem acompanhou a entrevista de Rogério Ceni na última segunda-feira (20), o primeiro ponto a se notar na noite desta quinta-feira (23), após a vitória por 1 a 0 do São Paulo sobre o Palmeiras, no Morumbi, no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, é o semblante do treinador. Animação? Longe disso. O sentimento é de satisfação. E o comandante tricolor só soube enfatizar um ponto, o orgulho de sua equipe em jogar de igual para igual com o rival que lidera com folgas no Campeonato Brasileiro e ostentava 19 jogos invicto.

"Tenho orgulho de trabalhar no São Paulo e enfrentar equipes do tamanho de Palmeiras, Corinthians, Santos... Às vezes saímos vencedor, às vezes perdendo, como foi na segunda. Mas jogar de igual para igual com o líder do Brasileiro, que fez a melhor campanha da fase de grupos da Libertadores, é motivo de orgulho pro torcedor ver que a gente consegue jogar de igual pra igual."

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Se na segunda a fala de Ceni soou como justificativa furada pelo simples motivo do treinador buscar qualidades em meio a uma virada traumática, desta vez a mesma frase ganhou outra conotação, diante de um Tricolor que se impôs e dominou o até então temido rival alviverde.

"O único jogo a se esquecer foi do Allianz Parque (final do Campeonato Paulista, derrota por 4 a 0). A maior lição que eu tive foi acreditar nas próprias convicções, com os jogadores de segunda sendo os mesmos de hoje. Em 194 minutos estivemos na frente, em apenas um minuto o Palmeiras esteve na frente. Acreditar nas convicções e trabalhar."

Para isso - e por isso -, Ceni endossou a convicção de escalar o mesmo time de segunda. A pauta foi polêmica. Após a virada traumática, o treinador disse que a decisão de colocar força máxima em campo não era somente sua. Era um misto de sentimentos, que envolvia a precaução com um elenco curto, combalido com oito lesões (ganhou mais uma agora, de Arboleda) e falta de rumo pelo resultado. O próprio elenco tratou de solucionar a questão. Segundo o LANCE! apurou, líderes se reuniram com o treinador e se colocaram à disposição. Estavam com o Palmeiras engasgado. Queriam dar uma resposta. Ela veio. Respaldo também da própria diretoria, segundo o próprio Ceni revelou.

"Convicção foi a mesma de segunda-feira, era o melhor time que tinha na minha cabeça pra enfrentar o Palmeiras. Hoje ele entrou praticamente igual, só algumas mudanças de movimentação, que sofremos com alguns ajustes. Tempo que tivemos um único trabalho de minutos para encaixar a marcação quando o Dudu ultrapassava. Foi um time seguro que na segunda-feira poderia ter saído com o mesmo resultado, mas as vezes analisamos o jogo de trás para frente. A minha grande virtude foi ver que poderia repetir os atletas e a grande virtude dos atletas foi a de dar essa resposta, de dar essa entrega, essa dedicação em campo."

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E como não poderia faltar, o treinador aproveitou a 'crista da onda' para alfinetar o tratamento recebido após o jogo de segunda.

"Às vezes as pessoas gostam de atacar o treinador porque ele representa muito a instituição. Eu garanto que o cara que melhor pode representar a instituição nesse momento de dificuldade está aqui. Mas eu entendo. Vocês me batem bastante, mas eu fui feito para apanhar dessa maneira. Eu faço escolhas. O clube pode fazer a escolha de me tirar. Mas trabalhar com o trabalho no clube e que conheço? Desculpa, você não vai encontrar ninguém que sabe tanto e trabalha tanto."

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