SAF da Portuguesa é aprovada em assembleia e clube começa busca por investidores

Separar o futebol do clube é um desejo antigo do presidente Antônio Carlos Castanheira, que há alguns anos já era interessado na ideia de clube-empresa e já conversa com três investidores

13 jun 2022 - 20h30
(atualizado às 20h30)

Assembleia Geral realizada na tarde desta segunda-feira aprovou a criação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) da Portuguesa. A SAF já havia sido aprovada pelo Conselho Deliberativo há três meses. Nesta segunda, a grande maioria dos conselheiros e sócios foi favorável à cisão do departamento de futebol, conforme consta na lei 14.193/2021, com 85,5% dos votos. Dos 318 sócios aptos a votar, 65 foram favoráveis à proposta, 10 contra e 1 votou nulo.

A assembleia começou às 9h e foi encerrada às 18h. No Salão Nobre do Canindé, votaram os sócios adimplentes acima de 18 anos e com mais de dois anos de associado. Essa assembleia apenas aprovou a criação da SAF.

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Ainda será feito um estudo de marca da Portuguesa, discutido o modelo empresarial que será adotado e outros pormenores. Certo é que o patrimônio imobiliário da Portuguesa vai continuar pertencendo ao clube e não entra no projeto da SAF. Esta é uma fórmula de administração já adotada por outras agremiações como o Cruzeiro, cujas ações foram compradas por Ronaldo Fenômeno.

A SAF é um desejo antigo do presidente Antônio Carlos Castanheira, que há alguns anos já era interessado na ideia de clube-empresa, e queria que essa transformação fosse concretizada em 2022, o último ano de seu mandato. "O mais importante era aprovar a SAF. Isso aconteceu. Agora vamos colocar a mão na massa para implementar essa transformação", afirmou Castanheira em entrevista ao Estadão.

A estrutura do modelo empresarial da Portuguesa será liderada por um CEO, deve ter um fundo aberto, Conselho de Administração e Conselho de Orientação Fiscal. De início, fica com o atual clube associativo 100% da SAF. Castanheira será o primeiro CEO dessa nova administração da Lusa, que pode mudar os rumos do futebol de uma das equipes mais tradicionais do País.

O presidente já conversa há alguns meses com três investidores interessados no projeto da SAF da Portuguesa. Ele prefere não revelar nomes dos investidores, nem estimar uma porcentagem mínima com a qual o clube ficaria, mas defende que o investidor aceite a Lusa como sócia-majoritária, isto é, como detentora da maior parte das cotas da SAF. Cabe lembrar que qualquer acordo precisa ser aprovado por conselheiros e sócios. Pelo estatuto, são eles que dão a palavra final.

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Ele diz já ter conseguido separar o futebol do clube e espera que o processo não seja demorado. A ideia é finalizar a implementação da SAF até o fim do ano."Até outubro ou novembro esperamos terminar tudo. Tem muito trabalho pela frente".

Castanheira entende que a reestruturação financeira realizada durante a sua gestão foi determinante para a criação da SAF. Ele afirmou que os acordos judiciais com credores que renegociaram dívidas trabalhistas dão segurança jurídica para pavimentar a vinda de investidores e viabilizar uma "SAF diferente". A dívida, hoje, é de cerca de R$ 480 milhões.

Separar o futebol do clube era um de suas duas plataformas de governança - a outra é transformar o Canindé numa arena multiúso. Sempre quis essa divisão e afirmou que a sua gestão, mesmo antes da aprovação da SAF, já implementou um modelo de clube-empresa para organizar o futebol. Com a SAF aprovada, será possível dar prosseguimento a esse plano que não vai salvar o clube, na sua visão, mas abrir caminho para a modernização.

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