OPINIÃO: Sem ser tudo o que poderia ter sido, Valdivia é o ídolo de um Palmeiras carente, mas alegre

El Mago se aposentou na última sexta-feira e ainda desperta sentimentos distintos entre os palmeirenses. Identificado com o clube, ele trazia esperança quando não havia nada

2 jul 2022 - 10h39

Na última sexta-feira, Jorge Luís Valdivia Toro, conhecido como El Mago, anunciou sua aposentadoria dos gramados. E acredite, frustrou muitos torcedores do Palmeiras que ainda sonhavam com sua volta ao clube. Ao mesmo tempo, um alívio para aqueles que não o querem ver nem pintado na Academia de Futebol novamente. Sem ser o que poderia ter sido, o meia foi ídolo de um Verdão carente.

Valdivia comemorando a classificação do Palmeiras na semi do Paulistão-2015 (Foto: Ari Ferreira/Lancepress)
Valdivia comemorando a classificação do Palmeiras na semi do Paulistão-2015 (Foto: Ari Ferreira/Lancepress)
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É possível até não gostar de Valdivia, mas é inegável que ele sempre foi um evento à parte. Suas provocações, suas questões fora de campo, seus problemas com lesão, e sua qualidade com a bola nos pés protagonizaram o noticiário do futebol brasileiro por quase dez anos, na maioria deles, com um Alviverde sofrido, fraco e sem esperança de dias melhores. Mas ainda assim, havia El Mago.

Um jogador que acabou ficando mais fora de campo do que dentro em sua segunda passagem (2010 a 2015), mas que sempre que esteve no gramado trazia algo que nenhum outro jogador de sua época trazia: a magia, a alegria, a noção de que dias melhores poderiam vir, como vieram em 2008, por exemplo, ou em 2006 e 2007, juntamente com Edmundo. Era o que havia de diferente.

Em 2015, quando as coisas começaram a melhorar e firmaram as bases dessa época vencedora que o clube está vivendo agora, ele jogou muito pouco no primeiro semestre, foi vice-campeão paulista e deixou uma última imagem maravilhosa com apresentação de gala na Neo Química Arena, num 2 a 0 contra o Corinthians, que marcou sua despedida do Palmeiras. Ficou a sensação de que poderia mais.

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O contrato não foi renovado, e o Mago não teve a chance de participar da chegada do clube ao mundo novo, de utilizar o centro de excelência, de dividir as responsabilidades com as contratações milionárias, de vivenciar um Verdão organizado e brigando sempre por títulos. Apesar de todos os pesares, certamente o palmeirense fica com incômodo na cabeça "como seria Valdivia nesse time?".

De lá para cá, muita gente chegou a pedir a volta do Mago, muito mais pela identificação com o clube, que ele de fato sempre teve, mesmo que no campo não tenha sido aquilo que poderia ser. Extrovertido, provocador, brincalhão... Tudo isso ficou na imagem dessa parte da torcida palmeirense, que passou um período de muita carência e se agarrou a Valdivia como um ídolo que trazia alegria.

Com sua aposentadoria, está enterrada qualquer possibilidade de ele voltar a jogar pelo clube, mas fica aberta a chance de, quem sabe, uma partida de despedida, algo que vai certamente dividir ainda mais opiniões entre os torcedores alviverdes. Fato é que o personagem Valdivia jamais será esquecido e encerrou apenas um capítulo de sua atividade, mas está marcada em muitos corações palestrinos.

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