Depois de sete dias em que a cidade de São Paulo respirou futebol americano, a semana da National Football League (NFL) teve seu fim neste domingo, 8, com as últimas ações da liga no Brasil. Além da partida entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers na Neo Química Arena, foram promovidos eventos oficiais no Parque Villa Lobos e na zona leste da cidade. Para o fã do esporte da bola oval, a pergunta que fica é: a NFL se tornará um evento anual em São Paulo? A intenção da liga é que isto se torne realidade, assim como o GP da Fórmula 1.
Desde dezembro, quando a liga anunciou que o Brasil receberia um jogo da temporada regular em 2024, os executivos da NFL deixaram no ar a possibilidade de que o mesmo aconteceria em 2025. Em geral, Roger Goodell, comissário da liga, e seus pares queriam que o primeiro jogo fosse um sucesso para, ao longo dos próximos meses, definir junto à prefeitura quais os melhores caminhos para se tomar em 2025.
A partir de agora, a NFL irá se sentar para discutir junto com a SPTuris, Corinthians - e possivelmente novos interessados - e a prefeitura, para repetir a parceria em 2025. A boa relação entre as partes foi destacada pela NFL nos últimos meses. Ricardo Nunes (MDB) concorre pela reeleição, mas uma derrota não deve impedir que a liga deixe o País, pela legião de fãs que construiu nos últimos anos.
Além disso, Augusto Melo, presidente do Corinthians, participará de negociações junto à NFL pela primeira vez, já que, em 2023, o contrato foi fechado na gestão do ex-presidente Duílio Monteiro Alves. Além da expansão da Arena, a chegada da liga à Neo Química Arena rendeu cerca de 500 mil dólares ao cofre do clube (R$ 2,8 milhões).
No primeiro ano na América do Sul, os ingressos chegaram a custar mais de R$ 2 mil e a Neo Química Arena recebeu um grande volumes de americanos para a partida. Depois de uma semana o Brasil, a liga devolve o estádio para o Corinthians, que enfrenta o Juventude já nesta quarta-feira, pela partida de volta das quartas de final da Copa do Brasil.
Problemas no Brasil: críticas ao campo e ao País
Nas semanas que antecederam a partida, criou-se um clima de tensão entre os atletas, principalmente do Philadelphia Eagles, preocupados pela segurança em São Paulo. Jalen Hurts, quarterback, e Nick Sirriani, head coach da franquia, trataram de minimizar a questão, elogiando o País em entrevistas coletivas. "Resolvemos nossos problemas em casa", brincou Hurts, quando questionado sobre o clima no vestiário dos Eagles por vir ao Brasil.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tratou de deixar sua marca nos jogadores, ao enviar camisas para atletas como Saquon Barkley, que anotou três touchdowns em sua estreia pela franquia de Philadelphia.
Outro ponto negativo foi o campo da Arena, que recebeu críticas. Ao longo do jogo, muitos atletas escorregaram na grama da Neo Química Arena. A ryegrass, utilizada no estádio, é um misto entre grama natural e sintética. No Brasil, já foi elogiada por adversários e é tida como uma das melhores do País. LeBron James, jogador de basquete do Los Angeles Lakers, disse que ele era "horrível".
"Vi que ele (gramado) era difícil e desafiante. Não estamos acostumados a jogar nele. Mas fico feliz que, como um time, encontramos formas de superar esse problema", afirmou Jalen Hurts, quarterback dos Eagles, após a partida. A NFL já teve problemas com gramados nos Estados Unidos: no Super Bowl LVII, entre Philadelphia e Kansas City Chiefs, a grama do estádio do Arizona Cardinals teve os mesmos problemas observados em São Paulo.