Hoje empresário nos EUA, brasileiro Leonardo Allan relembra sonho olímpico através do Judô

Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, Leonardo foi multicampeão estadual, regional e nacional de Judô

9 ago 2022 - 19h52

Leonardo Allan tem uma vida ligada ao esporte, em especial o Judô. O brasileiro começou na modalidade aos 3 anos de idade, e com 18 já disputava as principais competições do país. Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, Leonardo foi multicampeão estadual, regional e nacional de Judô, chegando a participar de duas seletivas para os Jogos Olímpicos, em 2000 e 2016.

Brasileiro construiu uma carreira marcante no Judô, no Brasil e nos EUA (Foto: Arquivo pessoal)
Brasileiro construiu uma carreira marcante no Judô, no Brasil e nos EUA (Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Lance!

Apesar dos títulos, sua caminhada não foi fácil, e Leonardo relembrou alguns dos momentos mais marcantes dela, entre eles a busca pela vaga nas Olímpiadas de Sidney, em 2000, na Austrália.

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- Minha carreira foi marcada por muitas dificuldades e superação. A primeira delas aconteceu quando eu tinha por volta de 19 anos, passava um momento conturbado pois prestaria vestibular e sofria pressão para ter uma 'profissão normal', já que o esporte ainda era muito amador. Quando ocorreu o processo olímpico para Sidney eu me encaminhava para dar uma pausa no Judô, e aí aconteceu uma seletiva em Pernambuco, onde eu estava morando - contou Leo, que continuou:

- Ali vi uma oportunidade de me testar diante dos principais nomes da cena, eu tinha recém-chegado na categoria adulto e minha maior dificuldade era cortar o peso, tanto que até desmaiei na escola. Porém, surpreendentemente eu acabei saindo vencedor derrotando jovens promessas. Fiquei entre os 16 principais judocas do país, e na seletiva final, na Barra da Tijuca (RJ), que contava com a participação de Henrique Guimarães, que foi medalhista em Atlanta-96, acabei desclassificado - completou.

Com o fim do sonho de ir a Sidney, outro se iniciou: o americano. E em 2000, Leonardo Allan se mudou para os Estados Unidos. Porém, o que o brasileiro achou que ia ser uma pausa no Judô se transformou em um recomeço, e o início de um novo - e longo ciclo - em busca de uma vaga nos Jogos Olímpicos.

- Ao chegar nos EUA as dificuldades foram muitas, sem falar inglês, sem trabalho, mas foi aí que conheci a minha esposa, com quem tenho duas lindas filhas, e o Alex Davis, hoje empresário de lutadores do UFC, que foi o meu grande incentivador. Ele me alojou na American Top Team quando a academia ainda estava começando, eu surpreendi na primeira semana de treinos e ele me inscreveu no Campeonato Estadual da Flórida de 2002. Venci o torneio e aquilo marcou meu reinício no Judô em solo americano - disse o atleta, que atingiu seu ápice na modalidade nos anos seguintes:

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- Entre 2006 e 2009 estive em alto nível, sendo inclusive convidado para participar do camp da seleção americana antes da Olimpíadas de Pequim, em 2008. Infelizmente por não ser cidadão americano, eu não pude entrar para o time. Os anos se passaram e chegou em 2014, como eu estava com 36 anos, era a minha última chance. Passei anos sonhando com esse momento, tive o apoio da minha família e fui com tudo visando os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Treinos de segunda a sábado, muitas viagens, competições, dores, vitórias e derrotas... Tentei com todas as minhas forças, mas o meu corpo estava muito desgastado e as lesões acabaram me afastando desse sonho.

Há 22 anos nos Estados Unidos, Leonardo Allan atualmente é empresário, investidor em criptomoedas e consultor financeiro. Da época de atleta, traz as histórias, lembranças e momentos, bons e ruins, mas acima de tudo ensinamentos que carrega para a vida.

- O Judô é a minha vida. Eu não nasci em berço de ouro, mas pude estudar em boas escolhas, fiz faculdade, viajei o Brasil e o mundo e fiz muitos amigos. Sou grato ao esporte, que me deu muitas oportunidades, e é um pouco como vejo as criptomoedas: uma oportunidade. Adoro os debates, é um mundo novo em relação às lutas, mas para um atleta, mesmo em um ramo diferente e complexo, você precisa se superar e ser resiliente. Só temos o hoje garantido, então por que não arrisca? - encerrou Leonardo Allan.

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