Brasil em dose dupla! Fernando Rufino e Igor Tofalini fizeram uma dobradinha histórica na paracanoagem dos Jogos Paralímpicos de Paris-2024 na manhã deste domingo, 8. Rufino conquistou a medalha de ouro no VL2 200m, sagrando-se bicampeão da prova, enquanto Tofalini faturou a medalha de prata. É a primeira vez na história que ocorre uma dobradinha em uma prova masculina da modalidade em Paralimpíadas.
Assim como aconteceu em todo o ciclo, Fernando Rufino e Igor Tofalini voltaram a dominar a prova do VL2 (usa tronco e braços na remada). Os dois já estavam previamente classificados para a final por terem vencido suas baterias eliminatórias na sexta-feira e, por isso, nem precisaram entrar na água para disputar a semifinal no início da manhã deste domingo como fizeram seus concorrentes.
Durante a final, Fernando Rufino dominou a prova de ponta a ponta. O atual bicampeão mundial confirmou seu favoritismo e venceu com 50s47, melhor marca das Paralimpíadas. Igor Tofalini também fez boa final, mas precisou disputar a segunda colocação até o fim. Ele ganhou a prata no photo finish, com 51s78, superando o estadunidense Blake Haxton, que teve 518s1.
Fernando Rufino e Igor Tofalini fazem a primeira dobradinha da paracanoagem masculina na história dos Jogos Paralímpicos. A modalidade estreou no programa na Rio-2016 e, desde então, somente a Grã-Bretanha havia conseguido um pódio duplo na modalidade, ambas com as mulheres: Charlotte Henshaw e Emma Wings (KL2, Tóquio-2020) e Charlotte Henshaw e Hope Gordon (VL3, Paris-2024).
Ciclo dominante
A dobradinha coroa um ciclo dominante de Fernando Rufino e Igor Tofalini. Eles foram ao pódio em conjunto em três dos quatro Mundiais disputados desde Tóquio-2020 - edição em que Rufino foi ouro pela primeira vez. Em 2022, Tofalini levou o ouro e Rufino levou a prata. Já em 2023 e em 2024, os papéis se inverteram: Rufino ganhou o ouro e deixou o compatriota com a prata.
Apesar da rivalidade dentro da água, Fernando Rufino e Igor Tofalini são 'compadres' e amigos próximos. Além disso, os dois têm uma história parecida: iniciaram suas trajetórias em rodeios, como peões, antes de sofrerem acidentes e iniciaram na paracanoagem. Rufino tem 39 anos e é de Itaquirai (MS), enquanto Tofalini tem 41 anos e é de Cambé (PR).
Com as conquistas dos "peões", a paracanoagem brasileira se despede dos Jogos de Paris-2024 com sua melhor campanha em Paralimpíadas. Foram quatro medalhas, com um ouro, duas pratas e um bronze. Antes de Rufino e Tofalini, Luis Carlos Cardoso (KL1) levou uma prata e Miqueias Elias (KL3) faturou um bronze. O desempenho supera Tóquio-2020, quando o país conquistou um ouro e duas pratas.