Depois de três anos, o Flamengo voltou a mostrar um futebol envolvente e isso tem reflexo direto no comportamento de seus torcedores. Se em todos os jogos do time havia quem reverenciasse Jorge Jesus, o comandante da campanha de 2019 – eram faixas, cartazes e cânticos para exaltá-lo -, agora as homenagens passaram a ser endereçadas a Dorival Jr.
O técnico brasileiro aportou na Gávea há dois meses como tampão até o final do ano. Veio em meio a uma crise acentuada no clube, com a demissão do português Paulo Sousa, que fracassou no Rubro-Negro.
Esperava-se uma melhora no rendimento da equipe. Afinal, com tantos talentos em campo não era possível que as atuações e resultados se mantivessem tão ruins. Mas Dorival foi muito além. Entrosou a equipe, arrumou a defesa, acertou na escolha dos volantes, deu mais liberdade a Everton Ribeiro, passou a escalar Pedro e Gabigol juntos no ataque.
Ganhou o grupo no diálogo e na simplicidade. Nas conversas com os jogadores, pede que eles façam o feijão com arroz. Moral da história: o Flamengo passou a jogar novamente com dinamismo e entusiasmo, recuperou a química com sua torcida e tem proporcionado espetáculos. Até quando atua com time reserva, como no sábado (6), contra o forte São Paulo, no Morumbi, pelo Brasileirão, tudo funciona muito bem.
A vitória nesse clássico por 2 a 0, conquistada com autoridade pelo Flamengo B, é uma prova de que Dorival Jr chacoalhou o ambiente interno do futebol rubro-negro. Nessa nova fase, o favoritismo na Copa do Brasil é evidente. Na Libertadores, há indícios fortes de que deverá estar na final contra o Palmeiras e, nessa hipótese, nada é previsível. Restaria o Brasileirão, hoje nas mãos do próprio Palmeiras, cada vez mais líder e nove prontos à sua frente.