Frenkie De Jong criticou a decisão da La Liga de realizar um jogo do Barcelona em Miami, chamando-a de injusta, enquanto dirigentes defendem a medida como estratégica para expansão global; torcedores também manifestaram insatisfação.
Horas após La Liga confirmar a partida entre Villarreal e Barcelona nos Estados Unidos, o holandês Frenkie De Jong, meio-campo do time da Catalunha e da seleção holandesa, fez duras críticas à realização da partida na América do Norte.
"Não gosto que a gente tenha de ir para lá e não concordo com isso. Não é justo para a competição. Não gosto e não acho que os jogadores tenham entendido bem. Para os clubes, trata-se de expandir sua marca globalmente, provavelmente é disso que se trata. Entendo a posição, mas não a aceitaria e não a compartilho. Sempre reclamamos do calendário de jogos e do excesso de viagens", disparou o meia.
O jogador, que está concentrado com a seleção da Holanda para as Eliminatórias da Europa para a Copa do Mundo de 2026, ainda se mostrou ao lado dos times que são contra a realização da partida. Um deles é o Real Madrid, que chegou a recorrer à Uefa e à Fifa para barrar o duelo, mas que não teve sucesso na apelação.
"Os clubes vão ser pagos por isso, mas eu não concordo em jogar uma partida da liga em Miami. Entendo que outros clubes não concordem", completou De Jong.
Além das críticas de times e do holandês, um grupo de torcedores do Villarreal convocou um protesto contra a alteração do local da partida.
"Decepciona que nosso clube permita e promova isso, e mais ainda que seja impulsionado por torcedores cúmplices, sem espírito crítico, cujo único objetivo é obter benefícios pessoais. Anunciamos que, no primeiro tempo contra o Betis, deverão ser eles a se encarregar de apoiar o time, já que não podemos passar batidos por esse atropelamento nem ser cúmplices dele", disse a torcida do Villarreal em comunicado.
Dirigentes celebram jogo em Miami
A postura de Joan Laporta, presidente do Barcelona, foi totalmente contrária a de De Jong. O dirigente acredita que está é a chance de aproximar o clube catalão com o mercado americano, o qual ele considera um dos mais importantes para o clube do ponto de vista estratégico.
"Visitamos o país há muitos anos e sempre sentimos a paixão que o Barcelona desperta. Como um clube global, com milhões de torcedores ao redor do mundo, essa oportunidade reforça nosso compromisso com a base internacional de fãs — especialmente em um mercado chave como o dos EUA. Disputar uma partida oficial em uma cidade como Miami, com uma comunidade culé tão forte, será sem dúvida um grande espetáculo entre duas equipes que competem no mais alto nível", explicou.
Para Javier Tebas, presidente da La Liga, a partida nos Estados Unidos representa um passo histórico para a competição e eleva o patamar do futebol espanhol.
"A La Liga representa milhões de torcedores ao redor do mundo, muitos dos quais acompanham seus times com paixão e merecem a chance de vê-los ao vivo pelo menos uma vez. Esta partida é sobre aproximar nosso futebol dessa base global de fãs, sem diminuir nosso compromisso com aqueles que o vivem toda semana nos estádios da Espanha", disse Tebas.
Para Fernando Roig, presidente do Villarreal, esta é uma grande oportunidade para o clube fortalecer ainda mais a presença nos Estados Unidos.
"Com essa iniciativa, podemos alcançar torcedores em outras partes do mundo e seguir expandindo tanto a marca do clube quanto a da La Liga. Sabemos que disputar essa partida fora de casa impacta nossos sócios-torcedores, por isso estamos implementando medidas concretas e relevantes para compensá-los. Estamos confiantes de que será uma grande experiência", declarou Roig.
De acordo com a La Liga, o jogo válido pela 17ª rodada da competição será disputado no dia 20 de dezembro, no Hard Rock Stadium, em Miami.