Igor Julião sonha com vaga em competição da Europa: 'Não queremos saber se é Benfica ou Porto'

Lateral-direito também comentou sobre pressão ao surgir na equipe profissional do Fluminense

6 jul 2022 - 10h05

Criado em Bento Ribeiro, no Rio de Janeiro, Igor Julião surgiu como uma das grandes promessas do Fluminense. Atualmente, o lateral-direito, atua no Vizela, de Portugal. Em conversa com o LANCE!, o atleta de 27 anos contou sobre seu início de carreira e suas experiências no esporte.

PRESSÃO NO FLUMINENSE

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Muitos podem não lembrar, mas Julião surgiu no tricolor carioca após as passagens de Fabinho, hoje no Liverpool e Seleção Brasileira, e Wallace, que chegou a ser negociado com o Chelsea. Embora tenha tido suporte familiar em todos os processor, o jogador começou a sentir pressão como esportista ao se profissionalizar.

- Quando chego no profissional do Fluminense, tenho que lidar com a paixão do torcedor. Aí é quando você para para refletir a sociedade em que a gente vive, onde o brasileiro tem um salário mínimo e ele tira uma parte para pagar um ingresso e ir para a família para o estádio. E quando a gente perde, você vê a frustração do torcedor. Ali eu comecei a entender a pressão. Não a pressão externa, mas que eu colocava em mim.

Por outro lado, a troca com os companheiros com quem conviveu ao longo dos anos nas Laranjeiras são pontos considerados cruciais pelo lateral para sua evolução e aprendizado como jogador.

- Eram dois jogadores (Fabinho e Wallace) da minha geração, mas nunca senti uma pressão (por subir após os dois). Sentia o privilégio de estar dividindo com meus companheiros o sucesso de poder subir, chegar em uma Seleção com eles. Eu sempre fui um cara que gostava muito de aprender. O que eu posso sugar de informações desses caras, eu sento do lado deles, observo treinamentos, desde muito cedo.

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Igor Julião curte experiência em Portugal (Twitter/@IgorJuliao2)
Igor Julião curte experiência em Portugal (Twitter/@IgorJuliao2)
Foto: Lance!

EXPERIÊNCIA NA EUROPA

Entre idas e vindas ao Fluminense, Julião chegou a jogar no Kansas City, dos Estados Unidos, STK Samorin, da segunda divisão da Eslováquia e, atualmente, no Vizela. No entanto, as experiências são vistas como algo positivo ao longo da carreira do atleta.

- Eu enxergo positivamente, pois era pedido meu que fosse emprestado. A carreira no futebol é curta e eu gosto muito de aprender. Foi uma oportunidade de ir para vários lugares, aprender idiomas, culturas diferentes. Essas oportunidades me fizeram amadurecer muito. Pegando o máximo de informações e me ajudaram em um processo diário.

Contratado pelo Vizela na última temporada, o lateral encontrou dificuldades no início para se adaptar, mas encerrou a campanha como titular da posição, contribuindo com três assistências em 13 jogos no Campeonato Português.

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- Portugal foi o local em que senti mais dificuldade (em relação a jogar nos EUA e Eslováquia). É outro esporte. O futebol lá é muito mais dinâmico. Mas tem uma diferença muito grande que eu notei que é um respeito muito grande pelo Benfica, Porto e Sporting. Chega a ser um medo. Eles são criados com uma cultura assim, pois o país respira os grandes clubes.

SONHOS ALTOS

Apesar da cultura do medo e da sensação de que tomar o lugar dos três maiores clubes do país é algo quase inacessível, Julião acredita em uma temporada ainda melhor do Vizela em 2022/2023 com a presença cada vez maior de estrangeiros.

- Eu acho que a gente consegue vislumbrar o Vizela não só lutando pela permanência, mas brigando do meio da tabela para cima. Quem sabe beliscar uma vaga em uma competição europeia. A gente não quer saber se é o Benfica ou Porto. Aqui não tem isso de olhar de baixo pra cima. Eu perdia e ficava mal, mas o torcedor ficava satisfeito quando o time fazia um bom jogo.

Em uma nova fase, o lateral também consegue desfrutar mais do futebol em Portugal, uma vez que conviveu com uma pressão muito grande no Brasil. Assim, o jogador de 27 anos não cogita sair da Europa para voltar tão cedo.

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- Eu até brinco que os o que os anos do futebol brasileiro me tiraram psicologicamente, estou recuperando lá, pois tenho qualidade de vida, jogo em um bom campeonato. Aqui no Brasil, você ouve um treinador, ele passa uma ideia para a gente, mas após três resultados ruins, é mandado embora. Você não consegue se adaptar, a torcida já está na porta do seu CT gritando. É difícil essa atmosfera que envolve o futebol brasileiro. Aqui, consigo me planejar, ver um futuro mais favorável para o Julião lá e estou feliz com essa nova fase.

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