Red Bull RB18: o carro a ser batido na F1 2022?

Embora se tenha dúvidas quanto a sua confiabilidade, a Red Bull têm um carro extremamente rápido. Será o carro a ser batido na F1 2022?

11 mai 2022 - 17h53
Red Bull RB18 em ação no GP de Miami: o carro a ser batido?
Red Bull RB18 em ação no GP de Miami: o carro a ser batido?
Foto: Red Bull Pool Content

Quando foi apresentado, o RB18 mostrou linhas dignas da responsabilidade de Adrian Newey. Nós falamos aqui na nossa análise de pré-temporada que as soluções apresentadas pela Red Bull eram ousadas e, principalmente, agradáveis aos olhos.

Bem-nascido desde o início, a Red Bull teve como foco, além de melhorar o desempenho, dois itens: reduzir peso e trabalhar com a confiabilidade dos motores Honda, agora batizados de Red Bull Powertrains.

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Até agora, não se confirmou o quanto o RB18 estaria acima do peso mínimo de 798kg. O fato é que a equipe engrossou o coro para o aumento deste número no início do ano. Mas se jogou em um processo de “emagrecimento” e desenvolvimento do carro: nestas primeiras 5 etapas, a Red Bull trouxe um novo assoalho, novas asas e, principalmente, novidades que tiraram peso. (detalhamos isso aqui).

Helmut Marko, Adrian Newey e Christian Horner: os sorrisos voltaram a aparecer na Red Bull
Foto: Red Bull Pool Content

Diz a Red Bull que acabou resolvendo sem querer o grande problema 10 entre 10 equipes: o porpoising. O RB18 é um dos poucos que não estão sofrendo demais com isso. Graças a um desenvolvimento trazido na pré-temporada ainda, o carro parou de “quicar”. Em entrevista dada dias atrás, Adrian Newey falou que as suspensões foram projetadas por ele e a escolha da posição acabou por definir o perfil do carro, com uma linha de cintura mais baixa do que os demais.

Esta opção por um carro mais baixo ajudou a ter um comportamento melhor especialmente em retas. Aqui também entra o trabalho feito pela Honda, que segue responsável pela preparação e manutenção dos motores da Red Bull e Alpha Tauri.

Oficialmente, os motores são batizados como Red Bull Powertrains. A divisão de motores dos taurinos ainda está no papel e deve começar a funcionar de fato no próximo mês, contando com os profissionais vindos da Mercedes e alguns remanescentes da estrutura da Honda baseados no Reino Unido. Mas os direitos intelectuais seguem com os japoneses, que farão boa parte do “trabalho sujo” até 2025 (falamos disso aqui).

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Em conjunto com a Esso, o motor foi um dos que melhores se adaptou ao novo combustível, mostrando uma velocidade impressionante. A potência combinada com a eficiência aerodinâmica faz a Red Bull ser pelo menos 10 km/h mais rápida do que seus concorrentes mais próximas. Entretanto, a opção por mais performance em detrimento da confiabilidade, acaba por cobrar seu preço: Verstappen abandonou duas etapas por problemas no sistema de combustível e Perez teve que regular seu ritmo por problemas em um sensor de temperatura em Miami.

Verstappen e Perez no GP de Miami: taurinos com asas
Foto: Red Bull Pool Content

Neste momento, a Red Bull é a equipe a ser batida. Mattia Binotto declarou algumas semanas atrás que os taurinos eram seus principais concorrentes por conta da sua capacidade de desenvolvimento. Porém, questionou se eles respeitariam o teto orçamentário para manter este ritmo de atualizações.

Segundo a edição italiana da Motorsport desta quarta, com base nos preços das peças estipulados pelas próprias equipes, o orçamento dos times com atualizações ficaria na casa US$ 10 milhões/ano. E, de acordo com este mesmo parâmetro, com base no que foi feito até aqui, a Red Bull já teria gasto cerca de US$ 7,5 milhões até aqui. Estando esta correlação certa, sobraria pouco espaço para os taurinos desenvolverem o RB18.

Não à toa, Red Bull e Ferrari são as duas que mais cobram a FIA em relação a atualização do valor do teto orçamentário diante da aceleração dos índices de inflação na Europa, bem como a confirmação da realização da prova substituta da Rússia, o que significaria pelo menos mais US$ 1,2 milhões para o teto das equipes. (O teto orçamentário é de US$ 140 milhões para 21 etapas. Cada etapa adicional garante US$ 1,2 milhões a mais para cada time).

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