Por que a Fórmula 1 foca mais nas namoradas do que na corrida?

Durante o GP de Singapura, fãs e até pilotos questionaram o foco excessivo das transmissões nas companheiras e celebridades presentes, em ve

11 out 2025 - 18h32
Carlos Sainz e Rebecca Donaldson no paddock durante Grande Prêmio em 2025
Carlos Sainz e Rebecca Donaldson no paddock durante Grande Prêmio em 2025
Foto: Site / Williams F1

No último final de semana, durante o GP de Singapura, uma pergunta tomou conta das redes sociais: por que a transmissão da Fórmula 1 parece mais interessada nas namoradas dos pilotos do que na corrida em si?

Em meio a ultrapassagens que ficaram fora da tela, o público acompanhou longos takes mostrando companheiras, parentes e celebridades presentes no paddock, algo que muitos consideraram um exagero.

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A crítica não veio apenas dos fãs. O próprio Carlos Sainz, piloto da Williams, comentou o assunto em entrevista à rádio espanhola El Partidazo de COPE:

“No fim de semana passado, eles não mostraram nenhuma das quatro ou cinco ultrapassagens que fiz no final, nem a perseguição de Lewis a Fernando. Perderam muita coisa”, afirmou.

“Eu entendo que, em um momento tenso, queiram mostrar uma reação. Mas isso só deve acontecer se a competição for respeitada e os momentos importantes da corrida forem mostrados. Estão exagerando com as celebridades e namoradas.”

Embora seja comum mostrar reações do público e convidados, o tempo de tela vem ultrapassando o limite do razoável, às vezes com 20 ou 30 segundos de foco em pessoas que mal reagem ao que acontece na pista, preocupadas apenas em parecer impecáveis diante das câmeras.

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Em resposta à polêmica, um porta-voz da Fórmula 1 afirmou à BBC:

“Sempre buscamos oferecer a melhor cobertura possível da corrida e nunca comprometemos o foco principal — a ação na pista. Também mostramos o contexto das arquibancadas, convidados e locais onde corremos. Nosso objetivo é sempre melhorar.”

Mas, quando até os pilotos começam a se incomodar, talvez seja hora de repensar o equilíbrio entre espetáculo e esporte. Afinal, o público assiste à F1 para ver corridas, não uma passarela de reações.

Desde o sucesso de Drive to Survive, o interesse pelo universo fora da pista cresceu, incluindo o das companheiras dos pilotos, que ganharam destaque na série, nas transmissões e até nas redes sociais, acumulando milhões de seguidores. O problema é quando esse destaque tira o protagonismo do que realmente importa: o que acontece dentro da pista.

Com todo o avanço e domínio da Fórmula 1 nos últimos anos, o público quer ver o essencial: a corrida acontecendo na pista. Quando as ultrapassagens e disputas são raras, cada momento de ação importa, e é isso que o espectador espera assistir, não dez segundos de arquibancada ou replays sem conexão com o que está rolando.

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A Fórmula 1 acerta em muitos aspectos, mas ainda erra nas transmissões. Com tantas críticas nas redes sociais, talvez agora entenda o que realmente importa: mostrar o que acontece onde tudo começa, na pista.

A expectativa é que a categoria repense esse equilíbrio já no GP dos Estados Unidos, em Austin, entre os dias 17 e 19 de outubro.

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