Na garagem: Mansell sobra com Williams dominante e garante título no GP da Hungria

Nigel Mansell conquistou seu único título da Fórmula 1 em 1992 há exatos 30 anos com uma Williams que deixou os rivais totalmente para trás

16 ago 2022 - 13h18
Em um dos domínios mais incríveis já vistos na Fórmula 1, Nigel Mansell foi campeão em 1992
Em um dos domínios mais incríveis já vistos na Fórmula 1, Nigel Mansell foi campeão em 1992
Foto: Reprodução / Grande Prêmio

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A temporada de 1992 da Fórmula 1 ficou marcada por um dos maiores domínios da história. O britânico Nigel Mansell conquistou seu primeiro e único título da categoria com uma Williams que sobrava em termos de tecnologia em comparação com o resto do grid. A coroação de Mansell veio na Hungria, quando ainda restavam cinco provas para o término da competição.

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O domínio da Williams foi uma relativa surpresa. A temporada de 1991 foi de crescimento após a chegada do projetista Adrian Newey, mas o título acabou com a McLaren e o brasileiro Ayrton Senna. No ano seguinte, a Fórmula 1 não teria mais Alain Prost no grid com a Ferrari, e a expectativa era por mais uma briga entre Senna e Mansell.

Isso se confirmou já na primeira classificação do ano, no renovado circuito de Kyalami, na África do Sul. Mansell obteve a pole-position, com Ayrton largando em segundo. Mas a corrida foi o primeiro indicativo do ano de que a Williams não teria muita competição: Nigel venceu a corrida com tranquilidade, com seu companheiro de equipe, o italiano Ricardo Patrese, na segunda posição e Senna fechando o pódio.

As duas corridas seguintes, no México e no Brasil, terminaram com mais duas dobradinhas da equipe britânica, com Michael Schumacher, da Benetton, completanto o pódio em ambas as ocasiões. Naquele momento, já estava claro que o FW14B era o carro a ser batido. O projeto de Adrian Newey, que chegou no time no meio de 1990, contava com uma transmissão semi-automática, suspensão ativa e controle de tração e é considerado até hoje como um dos maiores carros da história da Fórmula 1.

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O FW14B marcou época na Fórmula 1 nos anos 1990 (Foto: Forix)

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O FW14B marcou época na Fórmula 1 nos anos 1990 (Foto: Forix)

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O FW14B marcou época na Fórmula 1 nos anos 1990 (Foto: Forix)

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Mansell venceu também as duas provas seguintes na Espanha e em Ímola e só foi ser batido pela primeira vez no ano em Mônaco. O britânico anotou sua sexta pole e parecia no caminho para a sexta vitória, até que foi obrigado a fazer um pit-stop extra por conta de uma porca solta e voltou atrás de Senna. O brasileiro se defendeu de todas as formas possíveis para vencer pela primeira vez em 1992.

Ayrton poderia ter revivido a briga pelo título na corrida seguinte, no Canadá. O brasileiro conquistou a pole, que seria sua única no ano, e liderava a corrida até a volta 38, quando teve que abandonar por problemas elétricos. Mansell bateu na volta 15 após tentar uma manobra para cima do brasileiro, e Gerhard Berger, da McLaren, acabou vencendo a corrida.

Mansell anotaria sua sétima pole e vitória no GP da França, e com metade da temporada realizada, tinha 66 pontos conquistados contra 34 de Patrese. Schumacher era o terceiro com 26 e Senna apenas o quarto com 18.

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Ayrton Senna segurou Nigel Mansell em Mônaco (Foto: Fórmula 1)

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O GP da Inglaterra serviu para marcar o domínio da Williams naquele ano. Nigel marcou a pole com uma vantagem incrível de dois segundos para Patrese, que por sua vez foi um segundo mais rápido do que Ayrton em terceiro. Mais uma vitória para Mansell e mais uma dobradinha da equipe britânica.

Um novo triunfo em Hockenheim abriu possibilidade para o britânico obter seu primeiro título com cinco corridas de antecedência na Hungria. Patrese quebrou a sequência de poles de seu companheiro de equipe e parecia querer adiar a festa naquele dia 16 de agosto de 1992.

Na largada, Mansell acabou perdendo posição para as duas McLarens, com Senna assumindo o segundo posto. A primeira volta ficou marcada por um acidente entre quatro carros, com as Ligiers de Thierry Boutsen e Érik Comas, a Lotus de Johnny Herbert e a Fondmetal de Gabriele Tarquini abandonando a corrida.

Mansell comemora vitória no México em 1992 (Foto: Fórmula 1)

Nigel rapidamente recuperou a posição perdida para Berger, mas ficou preso atrás de Ayrton, que se defendia muito bem e cedia poucas oportunidades em um traçado que não tem muitos pontos de ultrapassagem. Enquanto isso, Patrese disparava na ponta. Uma fila de cinco carros se formou atrás do brasileiro, com as duas Benetton de Schumacher e Martin Brundle e a Lotus de Mika Häkkinen.

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Na volta 31, Berger aproveitou um vacilo de Mansell para conquistar a terceira posição, mas o britânico recuperou a posição apenas três voltas depois. Patrese liderava a corrida tranquilamente até que cometeu um erro sozinho na volta 39, rodando e voltando apenas na sétima posição. Com as posições de momento, Nigel seria coroado campeão.

Mas as coisas nunca foram fáceis para o britânico. Depois de perder o título em 1986 na última corrida, parecia que Mansell ainda teria que esperar mais um pouco para celebrar, já que a Williams o chamou para os boxes e ele voltou na sexta posição, logo a frente de seu companheiro de equipe. Ele rapidamente assumiu a quinta posição ultrapassando Häkkinen.

Ayrton Senna e Nigel Mansell no pódio do GP da Hungria de 1992 (Foto: F1)

Quando tudo indicava que o título ficaria para o GP da Bélgica, o motor de Patrese explodiu. Bastava apenas um terceiro lugar para Mansell levar o caneco. O britânico passou Brundle na volta 60 e viu Schumacher abandonar logo em seguida após uma falha na asa traseira de sua Benetton. Nigel ainda passou Berger para terminar a corrida em segundo e garantir o título, o primeiro de um britânico desde James Hunt em 1976.

Mansell ganharia apenas uma das cinco corridas restantes, mas as nove vitórias em uma única temporada eram um recorde na época. Mais impressionante ainda foram as 14 pole-positions em 16 provas, outro recorde, que só viria a ser batido por Sebastian Vettel em 2011, quando o alemão largou na frente em 15 das 19 etapas.

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Nigel anunciaria sua aposentadoria da Fórmula 1 ainda naquele ano após divergências contratuais com a Williams, que trouxe o francês Alain Prost para a temporada de 1993. O britânico competiu dois anos na CART com a Newman/Haas e ainda fez mais quatro corridas com a Williams em 1994. Ele voltaria a Fórmula 1 no ano seguinte com a McLaren, mas fez só duas provas antes de decidir se aposentar novamente.

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