Kubica mostra mágoa e diz "não ter reconhecimento que merecia" por retorno à F1

Polonês de 37 anos voltou à principal categoria de automobilismo do mundo em 2019, com a Williams, após anos de ausência por grave acidente. Kubica relembrou que somou o único ponto da equipe de Grove naquele ano e apontou que há desvalorização por sua trajetória na F1

8 ago 2022 - 11h18
Robert Kubica
Robert Kubica
Foto: Alfa Romeo / Grande Prêmio

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Hoje piloto reserva da Alfa Romeo, Robert Kubica tem uma carreira na Fórmula 1 que dispensa apresentações. 12 pódios, vencedor de corrida - com o triunfo no GP do Canadá de 2008 -, chance não desprezível de conquistar o Mundial de Pilotos daquele ano (não fosse a BMW abrir mão do projeto do carro no meio da temporada para focar no desenvolvimento de 2009, temporada que marcava o surgimento de um novo regulamento na categoria)… e, claro, o grave acidente que permeia todo o desenrolar de sua trajetória na F1.

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A aparição no grid na F1 2011 foi abortada de última hora, após um acidente quase fatal de rali. O braço direito sofreu lesões graves e um retorno à principal categoria de automobilismo do mundo era dado como próximo do impossível. Mas Kubica surpreendeu ao assinar com a Williams para 2019 - e em longa entrevista veiculada pelo site RacingNews365.com, o polonês desabafou e afirmou não ter recebido o reconhecimento que merecia.

Robert Kubica defendeu a Williams de 2019 (Foto: Williams)

"Depois do meu acidente em 2011, nem sempre pensei que poderia retornar à F1. Então, voltar com a Williams foi o maior sucesso que tive na minha carreira. Foi uma pena que o carro não esteve bom naquele ano - o público tem poucas memórias do meu retorno por conta disso", começou a dizer Kubica, que já participou de três sessões de treinos livres em 2022. "Ao mesmo tempo, as pessoas esquecem que fui eu o responsável pelo único ponto da equipe no campeonato - e isso não foi tarefa fácil com aquele carro. Ainda estou orgulhoso do ponto marcado no GP da Alemanha, foi um momento importante na minha carreira. Foi o culminar da longa estrada que tive que percorrer para voltar a um carro de F1 e voltar, inclusive, à vida. Um momento que infelizmente poucas pessoas se lembram, mas é assim que funciona na Fórmula 1", contou.

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"Aquele ponto no Mundial foi muito importante para mim, porque foi um grande momento depois da estrada que percorri para voltar à principal categoria do automobilismo. Infelizmente, as pessoas esquecem esse momento muito rapidamente, em parte porque outros pilotos foram desclassificados e eu tomei o ponto para mim. No entanto, isso não tira nada da minha conquista. Como tantos outros atletas de ponta, não tive o reconhecimento que merecia", terminou Kubica.

O polonês não escondeu o sentimento de desvalorização, pois. Segundo Kubica, voltar para a principal categoria de automobilismo do mundo após um acidente gravíssimo é raro feito e precisava de uma atenção maior. Tal mágoa se estende a todo universo da Fórmula 1 - inclusive, os fãs.

De acordo com o piloto de 37 anos, caso a Williams fosse mais competitiva em 2019, um posto como titular na F1 teria sido possível até os dias de hoje. Mesmo com George Russell levando ampla vantagem em ritmo de classificação e de corrida, Kubica somou o único ponto da equipe de Grove naquela temporada - e em um ponto da entrevista, o polonês afirmou sentir como se "não pudesse ele ser o responsável por isso", sinalizando preferência interna pelo jovem talento.

"É uma pena que seja o caso, mas por outro lado percebo que muitas outras pessoas não podem fazer o que ainda estou fazendo agora, depois do grave acidente. No final, consegui voltar a um carro de F1 - e tive que começar do zero depois do meu acidente. Eu realmente tive que aprender tudo de novo, mas passo a passo voltei e até recusei oportunidades de retornar à Fórmula 1 mais cedo. Naquele momento, meu corpo não estava pronto", apontou Kubica.

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"O ano na Williams foi muito difícil e isso tornou difícil para eu continuar minha carreira na Fórmula 1. É um mundo muito difícil, como qualquer esporte de ponta. Se eu tivesse um bom carro naquela época, sem dúvida ainda estaria correndo na F1, mas infelizmente não funciona assim - algo que provavelmente não será aceito pelos fãs da F1. Eles dirão que fui incrivelmente ruim em 2019", finalizou.

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