Ferrari: hora de ver o copo meio cheio depois de Barcelona, Binotto!

Embora o resultado em Barcelona tenha sido longe do esperado, a Ferrari tem motivos para esperar por dias melhores

23 mai 2022 - 08h00
Binotto momentos antes da largada do GP da Espanha: momentos decisivos para o chefe do time italiano
Binotto momentos antes da largada do GP da Espanha: momentos decisivos para o chefe do time italiano
Foto: Ferrari / Divulgação

Barcelona era tida como o lugar para que a Ferrari pudesse recuperar o posto de carro mais rápido da F1. Senão fosse o mais rápido, o mais consistente. A vantagem acumulada nas etapas iniciais foi diligentemente devorada pelo desempenho da Red Bull e pelas vaciladas italianas.

Em tempos de teto orçamentário e limitações de desenvolvimento, entendia-se a postura da Ferrari em dosar bem as introduções de novidades. Afinal, o F1-75 mostrou-se bem-nascido e por conta do novo regulamento, o campo de entendimento era vasto. Diante do quadro, deixar para introduzir um pacote de aperfeiçoamento em Barcelona era uma decisão lógica.

Publicidade

Mas o desempenho da Red Bull deixou as orelhas em pé, bem como o receio de que a Ferrari mais uma vez seguisse o exemplo de anos anteriores e não conseguisse manter o ritmo de desenvolvimento (falamos nisso aqui). As notícias de que novidades viriam acabavam por criar esperanças. Em Ímola a água subiu de uma vez.

O GP da Espanha significou a vinda de uma série de novidades: difusor, fundo, asas e motor totalmente liberado, especialmente o sistema elétrico. Diz-se que até o verniz da pintura foi retirado para liberar peso. Estas mudanças tinham especialmente o objetivo de garantir a geração de pressão aerodinâmica, reduzindo o arrasto e o porposing e aumentando a velocidade final.

Sainz e Leclerc saindo dos boxes em Barcelona. As Ferrari foram rápidas, mas faltou sorte
Foto: Ferrari / Divulgação

Uma das preocupações era a gestão dos pneus. Desde Ímola, a Ferrari mostrou-se menos eficiente do que a Red Bull neste sentido, o que fez diferença na definição das provas em favor dos taurinos, mesmo com a opção italiana por acertos com mais pressão aerodinâmica. E esta foi a preocupação principal do time nos treinos. Tanto que na sexta o desempenho não havia sido satisfatório. Mas aparentemente foi feito um trabalho intenso nos simuladores de Maranello e a situação melhorou para sábado, especialmente com a alta temperatura.

Resultado: Leclerc dominou todos os treinos e fez uma volta especial para obter a pole position.  Sainz ficou um pouco mais atrás, mesmo assim estava em posição de aspirar tempos melhores. A perspectiva era de que a recuperação viria.

Publicidade

Entretanto, corridas não são ciência exata. O monegasco conseguiu se posicionar à frente de Verstappen e vinha controlando bem a situação diante do calor. Mas Sainz foi surpreendido pelo vento na Curva 3, bem como o próprio Verstappen em seguida. O espanhol acabou caindo para a 11ª posição, com o assoalho prejudicado, o que lhe tirou desempenho.

A esta altura, Leclerc vinha numa situação extremamente tranquila. Além de ter um ótimo ritmo de corrida, Verstappen estava preso atrás de George Russell e enfrentando problemas com o acionamento do DRS. A troca de pneus foi extremamente tranquila e tudo caminhava para uma vitória tranquila. Mas o motor resolveu deixar a Ferrari 16 na mão... Restou a Sainz fazer uma recuperação e o 4º lugar acabou deixando um gosto amargo na boca dadas as perspectivas.

No fim, a Red Bull abriu diferença no campeonato de Construtores e Verstappen assumiu a liderança no campeonato de pilotos, abrindo 6 pontos para Leclerc. Ruim, não é mesmo? Sim.

O CEO da Ferrari, Benedetto Vigna, e Leclerc nos boxes de Barcelona. Ainda há espaço para sorrisos...
Foto: Ferrari / Divulgação

Porém Mattia Binotto e sua turma tem que manter o sangue frio. As modificações trazidas em Barcelona funcionaram muito bem e, em condições normais, Leclerc teria obtido uma convincente e aborrecida vitória. O F1-75 conseguiu se igualar à Red Bull em termos de velocidade final e confirmou suas qualidades de tração e retomada de velocidade, especialmente no segundo setor da pista, onde estes dois pontos são bastante exigidos.

Publicidade

Não há tempo para lamentações pois Monaco bate à porta e a Ferrari é favorita justamente pela qualidade de seu carro e seus pilotos. É hora de desdobrar os braços e ver o copo meio cheio, Mattia!

Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se