Expansão de ciclofaixas cria nicho promissor para empresas

Estímulo ao uso de bicicletas nas grandes cidades traz para o setor usuário de maior poder aquisitivo; veja áreas de atuação nesse mercado n

24 abr 2015 - 07h00

O Brasil é um dos maiores mercados para bicicletas no mundo. Ainda que recentemente a produção tenha recuado – de 5,5 milhões de unidades em 2013 para 4,5 milhões em 2014, segundo a Associação Brasileira da Indústria, Comércio, Importação e Exportação de Bicicletas (Abradibi) –, continuamos a ser o terceiro maior mercado produtor e o quinto maior consumidor, com uma frota estimada em 70 milhões de bikes. Os incentivos à construção de ciclovias e ciclofaixas por parte das prefeituras de grandes cidades brasileiras tendem a ampliar o alcance desse setor, hoje mais recorrente no interior e no litoral. Na estimativa do Sebrae, a cidade de São Paulo, sozinha, vai ganhar 1 milhão de ciclistas nos próximos anos.

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Ao chegar aos grandes centros, o mercado tende a atingir usuários de maior poder aquisitivo. “O público do ambiente urbano é diferente do usuário de bicicletas no interior. Ele investe em bicicletas mais caras e em acessórios sofisticados”, afirma o presidente do Conselho da Abradibi, Isacco Douek.

Só em São Paulo, número de ciclistas deve aumentar em 1 milhão, segundo estimativa do Sebrae
Só em São Paulo, número de ciclistas deve aumentar em 1 milhão, segundo estimativa do Sebrae
Foto: AFNR / Shutterstock

Os ciclistas brasileiros usam o veículo para locomoção (50% do total), para presentear crianças (32%), para recreação (17%) e para competição (1%), de acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). Mas esse perfil deve mudar com a entrada, em maior número, dos ciclistas das metrópoles, onde, para distâncias de até 5 quilômetros, a bike pode ser um meio de locomoção mais rápido do que qualquer outro.

“O movimento que vemos hoje nas ruas do Brasil ocorreu em Amsterdã há mais de 30 anos. Estamos presenciando diversas transformações urbanas com base na integração da bicicleta na matriz de transporte das cidades, com resultados surpreendentes, como é o caso de Bogotá e até Nova York”, diz o vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, Eduardo Musa.

Uma das primeiras medidas que todo empresário pode adotar para participar deste momento de novo impulso no mercado é criar infraestrutura para que seus próprios funcionários e clientes possam estacionar bicicletas. E, também, possam tomar banho ao chegar da rua. Escadas com canaletas são outro item útil para quem precisa carregar sua bike, assim como empréstimo de cadeados e correntes. Bares, restaurantes, lojas ou salões de beleza que ofereçam tais vantagens tendem a ganhar pontos com clientes ciclistas.

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Para quem pretende abrir empresas que atendam a este setor, ou já tem e pretende ampliar o portfólio, há uma série de alternativas.

Oficinas podem se diferenciar oferecendo serviço de empréstimo de modelos reservas para quem deixou o seu para arrumar
Foto: Stefanolunardi / Shutterstock

O ciclista urbano que se desloca para o trabalho tende a procurar modelos estáveis e confortáveis. Quem pedala por esporte, ou para fazer turismo, procura bikes rápidas e leves. Os trabalhadores que fazem entregas usando bikes precisam de equipamentos robustos e com suporte para cargas. Na medida em que o mercado se especializa, as demandas para os fabricantes e os lojistas ficam mais complexas.

Oficinas: Os novos ciclistas vão precisar consertar pneus, aros, freios, câmbios e correntes. Também podem querer customizar seus modelos com profissionais qualificados. Agrados extras para o consumidor, como o serviço de busca das bikes quebradas em casa e no trabalho, serão cada vez mais bem-vindos. Outra boa estratégia é criar um serviço de empréstimo de modelos reservas para quem deixou o seu arrumando.

Moda bike: Roupas com detalhes que refletem a luz, para quem usa bicicletas à noite. Camisas confortáveis e bonitas, projetadas para as pessoas que percorrem grandes distâncias até chegar ao trabalho. Capacetes e luvas leves, seguros e sofisticados. Seja pela praticidade, pelo conforto ou para ajudar a identificar o usuário como um seguidor da cultura biker, os lançamentos de moda para esse público tendem a ganhar mais adeptos.

Acessórios para quem vai ao trabalho de bicicleta compõe nicho promissor
Foto: Monkey Business Images / Shutterstock

Sites de vendas e relacionamento: O e-commerce para o setor ainda engatinha. Faltam sites e aplicativos colaborativos, com informações sobre as condições das ciclovias das cidades, debates e estudos sobre mobilidade urbana, dicas de segurança e sugestões de treino (e as dietas mais indicadas para cada tipo de atividade), áreas para o encontro de ciclistas de diferentes lugares e, é claro, bons produtos, entre bicicletas e acessórios. A combinação entre espaço virtual e loja física costuma funcionar bem.

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Aluguel de bicicletas: Nas grandes cidades, este é um mercado em expansão, principalmente nas proximidades de estações de trem e metrô. Mas por que não o estender a estabelecimentos comerciais como hotéis instalados próximos a pontos turísticos? Eles poderão fornecer o veículo para os turistas conhecerem as redondezas.

Fonte: PrimaPagina
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