Vale a pena aceitar o 'pedacinho' do Nubank?

Começa na próxima semana as negociações de uma das IPOs mais aguardadas de 2021. Será que vale a pena aceitar o 'pedacinho' do Nubank?

2 dez 2021 - 12h33
A oferta pública inicial do Nubank começa na próxima quinta-feira (09) na New York Stock Exchange
A oferta pública inicial do Nubank começa na próxima quinta-feira (09) na New York Stock Exchange
Foto: Shutterstock / Finanças e Empreendedorismo

Na próxima semana, começam as negociações de ações do Nubank na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). E como uma forma de agradecimento, a fintech passou a oferecer um 'pedacinho' do Nubank aos clientes. Esses pedacinhos são nada mais, nada menos do que os BDRs dessas ações negociadas nos Estados Unidos.

Para quem não conhece, BDR é a sigla para Brazilian Depositary Receipt, que em tradução para o português quer dizer recibos de ações estrangeiras negociados na bolsa brasileira. Essa se tornou uma alternativa muito utilizada por companhias brasileiras que fizeram sua oferta pública inicial em bolsas estrangeiras, mas que desejam disponibilizar suas ações em território nacional. Assim, os investidores interessados não precisam abrir uma conta de investimentos no exterior.

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Entretanto, como tudo aquilo que é oferecido de graça gera desconfiança, muitos clientes do próprio Nubank passaram a desconfiar e buscar mais informações sobre o assunto. 

Há quem acredite que ao aceitar, será necessário realizar o Imposto de Renda, já outros acham que a proposta é muito diferente. Mas, no final das contas, será que vale a pena aceitar esse 'pedacinho' do Nubank mesmo sem investir em ações?

Tudo é um grande mistério e não há consenso entre especialistas sobre se vale a pena ou não aceitar esse BDR. De acordo com o prospecto feito pelo Nubank, esse BDR ofertado aos clientes representa um sexto (⅙) da ação da fintech.

E como o valor da ação só será confirmado ao final da IPO, ainda não é possível saber quanto vai custar . Além disso, os clientes que aceitarem esse BDR só poderão vender o 'pedacinho' do Nubank após um ano da emissão. Ou seja, apenas no final de 2022.

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Para aceitar esse BDR, os clientes do Nubank serão direcionados a abrir uma conta no Nu invest, que é a antiga corretora de investimentos Easynvest, adquirida pelo Nubank há pouco tempo. E a partir disso, o cliente passa a ser um NuSócio.

E, de fato, o material publicitário criado pela fintech é muito convidativo e sedutor. Por isso, muitos investidores iniciantes ou até mesmo aqueles com um perfil mais conservador de investimentos aceitaram. Além disso, a possibilidade de não perder nada está atraindo muita gente!

Mas se não há a chance de perder nada, quais são os riscos de aceitar o 'pedacinho' do Nubank?

Bom, o risco está em justamente dois fatores importantes: o Imposto de Renda e a abertura de conta na Nu invest. E, caso o cliente não esteja atento, esse tipo de negócio pode trazer algumas consequências. 

A oferta de BDR para clientes é uma estratégia de marketing para atrair ainda mais clientes. Com mais clientes, o Nubank ou a Nu invest passará a oferecer outros tipos de produtos. E, para um investidor iniciante, é necessário tomar certos cuidados.

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Já para aqueles que realmente gostam e pretendem continuar investindo, essa oferta de outros serviços da Nu invest pode servir como um incentivo. Mas é claro, estude bastante antes de fazer qualquer tipo de aporte.

Para o analista de investimentos e professor de finanças André Massaro à Valor Investe, aceitar esse 'pedacinho do Nubank' pode ser "uma forma de sentir o gostinho e de quebrar a resistência de investir".

Nubank reduz preço de IPO

No dia 30 de novembro, o Nubank reduziu em 20% a faixa de preço estimada para sua estreia na Bolsa de Nova York. Esses 20% corresponde a mais ou menos US$ 10 bilhões.

Com essa redução na faixa de preço, a fintech ainda poderia estrear valendo cerca de US$ 41,5 bilhões, valor muito acima (na casa de bilhões) do preço do Itaú.

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Com informações de O Globo e Valor Investe.

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