Trump eleva tom contra China e ameaça com tarifas sobre mais US$267 bi em importações

7 set 2018 - 15h27

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou nesta sexta-feira que está pronto para seguir adiante e aplicar tarifas sobre mais 267 bilhões de dólares, além dos 200 bilhões de dólares sobre bens do país asiático que já correm o risco de serem taxados.

Implementar os dois conjuntos de tarifas deixaria todas as importações dos EUA de produtos da China virtualmente sujeitas a novas taxas, conforme as duas maiores economias do mundo intensificam sua guerra comercial devido às exigências de Trump de que Pequim faça mudanças à sua política econômica.

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"Os 200 bilhões que estamos falando podem acontecer muito em breve dependendo do que acontecer com eles. Até certo ponto caberá à China", disse Trump. "E eu odeio dizer isso, mas por trás disso estão outros 267 bilhões de dólares prontos para serem aplicados no curto prazo, se eu quiser. Isso muda a equação."

Trump já impôs tarifas de 25 por cento sobre 50 bilhões de dólares em produtos chineses, a maior parte maquinário industrial e peças eletrônicas, incluindo semicondutores. Um período de consulta pública terminou na quinta-feira sobre a lista de 200 bilhões de dólares em produtos chineses que estariam sujeitos a tarifas de 10 a 25 por cento.

Os EUA importaram 505 bilhões de dólares em produtos da China no ano passado, e as importações em 2018 até julho avançaram quase 9 por cento em relação ao mesmo período de 2017, de acordo com dados do Census Bureau dos EUA.

Mais cedo nesta sexta-feira, o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que Trump não tomará qualquer decisão sobre suas ameaças de tarifas sobre outros 200 bilhões de dólares em produtos chineses antes que autoridades avaliem comentários públicos sobre eles.

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O gabinete do Representante de Comércio do EUA coletou 5.914 comentários individuais sobre as tarifas propostas antes do final do período de consulta pública na quinta-feira à noite.

"O próprio presidente, nós iremos avaliar os comentários e tomaremos uma decisão em relação aos 200 bilhões de dólares", disse Kudlow na Bloomberg Television. "Tomaremos uma decisão sobre o volume, a taxa, o momento, não quero ficar à frente da curva."

Kudlow ainda afirmou separadamente à CNBC que o governo Trump ainda está conversando com a China sobre uma série de questões comerciais, mas que até agora a China não atendeu aos pedidos dos EUA.

"Ainda estamos conversando com a China sobre uma série de questões...Daremos continuidade a essas conversas. Queremos barreiras (comerciais) menores de forma geral", disse ele.

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Trump disse também que os EUA e o Japão começaram as negociações sobre comércio, dizendo que Tóquio sabe que trata-se de algo grande se um acordo não for alcançado.

"Nós estamos começando", disse Trump a repórteres a bordo do Air Force One. "De fato, o Japão nos chamou... eles vieram semana passada."

"Se não fizermos um acordo com o Japão, eles sabem que é algo grande", acrescentou.

Trump, que já está desafiando China, México, Canadá e União Europeia por questões comerciais, tem expressado desagrado sobre o grande déficit comercial do país com o Japão, mas não pediu a Tóquio que tome medidas específicas para lidar com esse desequilíbrio.

Nesta quinta-feira, porém, a CNBC informou que Trump havia dito a um colunista do Wall Street Journal que ele poderia discutir questões comerciais com o Japão, fazendo com que o dólar caísse contra o iene.

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