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Motiva fecha venda de 20 aeroportos para Grupo Aeroportuario del Sureste por R$ 11,5 bilhões

A compradora é a Aeropuerto de Cancún, subsidiária de grupo que opera nove aeroportos no México e outros sete também na América Latina

18 nov 2025 - 21h24
(atualizado às 22h01)

A Motiva (ex-CCR) anunciou nesta noite de terça-feira, 18, o fechamento da venda dos 20 aeroportos operados pela companhia por R$ 11,5 bilhões, reforçando a estratégia de otimização do portfólio para focar em rodovias e trilhos. A compradora é a Aeropuerto de Cancún, subsidiária do Grupo Aeroportuario del Sureste (ASUR), que opera nove aeroportos no México e outros sete também na América Latina.

Do valor total, R$ 5 bilhões serão em equity (participação acionária em uma empresa) pelas participações acionárias da companhia nos ativos aeroportuários. Os R$ 6,5 bilhões restantes serão em dívidas líquidas, sendo referentes à alienação de 100% das ações detidas pela Motiva na CPC Holding, veículo que consolida as cotas da companhia nos 20 aeroportos.

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Aeroporto de Belo Horizonte está entre os 20 negociados
Aeroporto de Belo Horizonte está entre os 20 negociados
Foto: Motiva/Divulgação / Estadão

"Maior transação aeroportuária em curso no mundo neste momento, o processo competitivo internacional atraiu o interesse de mais de 20 grupos europeus, latino-americanos e asiáticos, superando as expectativas da companhia", destacou a Motiva.

Desde o início do ano, a empresa está se movimentando para se desfazer do portfólio de aeroportos sob sua gestão por meio da venda de todos os terminais que opera, sendo 17 no Brasil e três em outros países da América Latina.

Com movimento anual de cerca de 45 milhões de passageiros e mais de 200 rotas regulares, é a terceira maior operação do Brasil, com ativos estratégicos, incluindo os aeroportos de Curitiba, Belo Horizonte e Goiânia.

A previsão é de que a conclusão do processo aconteça em 2026, após a aprovação pelo poder concedente e pelos órgãos de defesa da concorrência. Até o fechamento, a Motiva seguirá tocando a operação, mantendo o quadro atual de colaboradores e assegurando o cumprimento integral dos contratos vigentes e investimentos previstos, ainda segundo o comunicado.

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Redução do endividamento

Pelos termos da transação, os ativos foram precificados a um múltiplo EV/Ebitda(LTM) de 8,8 vezes at stake, acima do múltiplo atual da Motiva. Os recursos da operação serão utilizados para a redução do endividamento da holding.

Com a conclusão do negócio, a alavancagem (relação de endividamento) consolidada, que considera as controladas em conjunto com a Motiva, cairia de 3,5 vezes para menos de 3 vezes, "ampliando a capacidade financeira da Companhia para fazer frente ao pipeline de R$ 160 bilhões de oportunidades mapeadas para os próximos anos para concessões rodoviárias, de trens e metrôs no Brasil, além de otimizar a estrutura de capital e melhorar o perfil de risco do portfólio".

Otimização

A operação faz parte da estratégia de otimização de portfólio da Motiva, que tem optado por concentrar esforços em rodovias e trilhos, segmentos nos quais têm atuação mais consolidada e considera mais rentáveis.

"Ao avançarmos na reciclagem de capital e simplificarmos o nosso portfólio, ampliamos a nossa capacidade de investimento nos segmentos estratégicos para nossa companhia, em especial de rodovias e trilhos", afirma o CEO da Motiva, Miguel Setas.

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Iniciado em 2023, o plano de otimização inclui a desmobilização da operação de Barcas (RJ) e a otimização contratual da BR-163/MS, hoje Motiva Pantanal.

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