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Juros futuros têm dia de volatilidade com noticiário interno e externo

22 jan 2019 - 19h14

As taxas de juros negociadas no mercado futuro alternaram altas e baixas ao longo desta terça-feira, 22, oscilando ao sabor de diferentes referências. O mau humor no mercado internacional pesou durante toda a sessão de negócios, com o temor de desaceleração da economia global e os sinais de que a tensão comercial entre Estados Unidos e China ainda leva tempo para chegar ao fim. O discurso do presidente Jair Bolsonaro em Davos, principal expectativa do dia, manteve o tom generalista acerca das reformas e teve efeito de neutro a levemente negativo, por frustrar expectativas de mais detalhes da proposta da Previdência.

Ao final dos negócios na sessão estendida da B3, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) fecharam próximas da estabilidade, com viés de baixa nos mais curtos e de alta na ponta longa. O vencimento de janeiro de 2020 terminou o dia em 6,50%, ante 6,54% do ajuste de segunda. O DI para janeiro de 2021 projetou 7,31%, ante 7,34%. O vencimento de janeiro de 2023 teve taxa de 8,43%, de 8,44%. Na ponta mais longa, a taxa do DI para janeiro de 2025 projetou 8,96%, na máxima do dia, contra 8,92% do ajuste ontem.

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Para Carolina Abdelmalack, economista da CM Capital Markets, não há dúvida de que o cenário internacional foi a principal referência do dia, embora outras questões tenham influenciado as taxas ao longo do dia. "Acho que o discurso de Jair Bolsonaro foi como deveria ter sido, dada a ocasião. Ele abordou questões de maior interesse das nações presentes em Davos e não fazia sentido ele comentar os gargalos que temos aqui", afirmou.

Já perto do encerramento dos negócios na etapa regular, sinalizações dadas pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em entrevista a uma agência de notícias internacional favoreceram especulações quanto a um possível corte da taxa Selic, o que levou as taxas pontualmente às mínimas do dia. Entre outras coisas, Goldfajn afirmou que o BC considera que a política monetária está estimulativa e que, se está suficientemente estimulativa, o BC vai "sempre olhar no momento adequado".

"Inicialmente houve uma leitura de que, ao falar em política estimulativa, o BC estaria deixando na mesa uma fresta para um cenário de juros inalterados por mais tempo ou até mesmo para um corte em um cenário de curto prazo", disse Renan Sujii, estrategista de renda fixa da GS Research.

Outro profissional ouvido pelo Broadcast afirmou que houve intensa controvérsia nas mesas de negociação sobre a interpretação da fala de Ilan. A reação na curva de juros levou o Banco Central a se manifestar publicamente, para esclarecer que a mensagem da política monetária não se alterou desde o último Copom e que continua priorizando cautela e serenidade.

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