Ibovespa fecha no vermelho pressionado por Vale, bancos e Petrobras

11 fev 2019 - 18h08
(atualizado às 18h45)

A Bovespa fechou no vermelho nesta segunda-feira, sucumbindo à pressão das ações de Vale, de bancos e da Petrobras em meio à ausência de novidades em torno da reforma da Previdência e ao sentimento de cautela que permeava as negociações no exterior.

Homem aponta para painel eletrônico do mercado de ações da B3. 7/1/2016.
Homem aponta para painel eletrônico do mercado de ações da B3. 7/1/2016.
Foto: Reuters

Referência da bolsa paulista, o Ibovespa encerrou em baixa de 0,98 por cento, a 94.412,91 pontos, após ter caído 1,68 por cento no pior momento. O giro financeiro da sessão somou 12,49 bilhões de reais.

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O indicador fechou no vermelho em três dos cinco pregões da semana passada, recuando 2,57 por cento no período, após uma sequência de seis semanas de alta, em movimento de correção após renovar máximas recordes repetidamente em janeiro.

Operadores de renda variável avaliam que a bolsa paulista carece de gatilhos no curto prazo para engatar um movimento de alta, dado que o avanço das reformas econômicas, sobretudo a da Previdência, depende da recuperação de Jair Bolsonaro.

"Não tem fato novo porque toda a expectativa de melhora (da economia) está atrelada à Previdência na verdade... O mercado fica sem força com ausência de notícias novas e, nesse compasso de espera, muita gente acaba realizando um pouco de lucro", explicou Ari Santos, da H.Commcor.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse acreditar que o presidente esteja de volta a Brasília até sexta-feira para tomar "decisões finais" sobre a proposta de reforma da Previdência que será enviada ao Congresso. Mais tarde, o porta-voz da presidência ressaltou que ainda não há previsão de alta do hospital.

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Enquanto não surgem novidades no front político ou nas articulações em torno das reformas, investidores dividem as atenções entre o noticiário externo e os balanços corporativos.

Para o economista-chefe da gestora Infinity, Jason Vieira, a temporada de resultados ainda não exerce grande influência sobre o mercado doméstico em função do espaçamento maior do cronograma de balanços, até o fim de março.

No exterior, as bolsas norte-americanas perdiam fôlego perto do final dos negócios, conforme prevalecia em Wall Street um sentimento de cautela diante das negociações comerciais entre China e Estados Unidos e a possibilidade de nova paralisação do governo devido ao impasse envolvendo o orçamento.

DESTAQUES

- VALE caiu 2,64 por cento, devolvendo ganhos da abertura, com as atenções voltadas aos desdobramentos sobre o rompimento da barragem em Brumadinho (MG). Conforme documento interno visto pela Reuters, a mineradora estava ciente em 2018 de que a barragem tinha elevado risco de ruptura.

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- PETROBRAS PN cedeu 1,15 por cento, e PETROBRAS ON caiu 1,26 por cento, em linha com o recuo dos preços internacionais do petróleo e tendo no radar notícia de que a controlada BR Distribuidora iniciou etapa de seleção de potenciais interessados em parceria estratégica no segmento de lojas de conveniência BR Mania.

- ITAÚ UNIBANCO perdeu 1,13 por cento, em sessão de queda no setor financeiro. BRADESCO PN em cedeu 0,58 por cento, BANCO DO BRASIL em baixa de 2,96 por cento e SANTANDER UNIT cedendo 1,39 por cento.

- CEMIG PN recuou 2,31 por cento, tendo como pano de fundo a nomeação do ex-presidente da Fiat, Cledorvino Belini, para comandar a estatal mineira, em substituição a Bernardo Alvarenga, que deixou a companhia.

- BRF caiu 1,62 por cento. A empresa informou que seu conselho da administração aprovou refinanciamento de duas linhas de crédito contratadas com o banco Santander no valor de até 700 milhões de reais.

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- EMBRAER perdeu 1,43 por cento, após anunciar que entregou 181 jatos em 2018, sendo 90 comerciais e 91 executivos. A previsão para aviação comercial era de 85 a 95 unidades, e para a executiva era de 105 a 125. Em relatório, a Guide considerou a notícia "marginalmente negativa", destacando que a fabricante precisa focar na melhora das vendas de jatos executivos para não enfrentar problemas de liquidez após a venda da divisão comercial para Boeing.

- BRASKEM PNA subiu 3,63 por cento, entre as poucas ações que terminaram o dia no azul, beneficiada pela alta do dólar, o que elevava a receita obtida com as exportações.

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