Ibovespa fecha no azul ajudado por JBS em pregão sem Wall St; Petrobras tem sessão volátil

5 dez 2018 - 18h46

O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, em sessão marcada por menor liquidez diante da ausência de negócios em Wall Street, com JBS entre os destaques de alta após troca do comando da empresa, enquanto Petrobras teve sessão volátil em meio a noticiário vigoroso, que incluiu plano de negócios.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,47 por cento, a 89.039,79 pontos. O volume no pregão somou 8,75 bilhões de reais, ante média diária no ano de 12 bilhões de reais.

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O mercado nos Estados Unidos esteve fechado em razão do luto pela morte do ex-presidente norte-americano George H.W. Bush, na última sexta-feira.

Para o gestor Frederico Mesnik, sócio-fundador da Trígono Capital, houve uma recuperação após o estresse da véspera. Mas agentes de mercado seguem receosos com o noticiário recente de Brasília, como potencial fatiamento da reforma da Previdência e impasse sobre a questão da cessão onerosa.

"O mercado está cansado do amadorismo e de politicagem", afirmou. De acordo com ele, a ausência de definições ajuda a manter estrangeiros de fora da bolsa brasileira. "Todo mundo espera o novo governo e as medidas iniciais", disse.

A área de gestão de recursos do BTG Pactual citou que investidores estrangeiros mostraram otimismos com o Brasil, mas sabem da necessidade de aprovação de algumas reformas, o que faz com que fiquem aguardando alguma definição, como o ritmo e intensidade que elas acontecerão.

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Dados da B3 mostraram entrada de 1,2 bilhão de reais no segmento Bovespa no último dia 3, mas o saldo no ano segue negativo em mais de 8 bilhões de reais. Em novembro, houve saída líquida de 3,6 bilhões de reais.

Na visão do gestor Marco Tulli, da mesa de Bovespa da Coinvalores, o mercado deveria estar mais fraco em razão da falta de avanço nas discussões sobre reformas. "Isso acaba derrubando as expectativas".

DESTAQUES

- JBS avançou 5,49 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa, após nomeação de Gilberto Tomazoni como novo presidente-executivo. Em teleconferência, o ele afirmou que a maior processadora de carnes do mundo tem como prioridade melhorar as margens e que a listagem de operações da companhia nos Estados Unidos continua sendo uma das principais prioridades do grupo, mas "no momento adequado".

- PETROBRAS PN encerrou em alta de 0,87 por cento, após passar o pregão trocando de sinal, marcado pelo plano de negócios para 2019-23, período no qual prevê investir 84,1 bilhões de dólares; e noticiário mostrando o impasse nas negociações sobre a questão da cessão onerosa. Também ocupou a atenção nova fase da operação Lava Jato envolvendo a área de trading da empresa.

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- BRASKEM PNA caiu 3,15 por cento, engatando o quarto pregão seguido de perdas. Desta vez, o foco foi o plano de negócios da sócia Petrobras, que prevê reposicionamento da estatal na área de refino. A equipe do Itaú BBA citou que tal sinalização pode gerar dúvidas sobre o desinvestimento da sua fatia na Braskem.

- COSAN recuou 2,97 por cento, no segundo pregão de baixa, após subir mais de 2 por cento na segunda-feira.

- ITAÚ UNIBANCO PN teve acréscimo de 0,06 por cento, enquanto BRADESCO PN cedeu 0,05 por cento, SANTANDER BRASIL UNIT subiu 1,22 por cento e BANCO DO BRASIL valorizou-se 1,01 por cento.

- CYRELA avançou 2,64 por cento, ampliando ganhos no final, após a Câmara dos Deputados aprovar o projeto que regulamenta direitos e deveres nos casos de rompimento de contratos de compra de imóveis, o distrato, antiga demanda da indústria de construção. O texto vai à sanção presidencial.

- GRUPO PÃO DE AÇÚCAR PN caiu 1,34 por cento. A varejista teve encontro com analistas e investidores, no qual anunciou aumento dos investimentos no próximo ano para até 1,8 bilhão de reais, com o foco principalmente na expansão orgânica e na conversões de lojas.

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(Edição de Gabriela Mello)

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