Ibovespa fecha em queda contaminado por Wall St; Petrobras tem dia volátil

19 nov 2018 - 18h09
(atualizado às 19h18)

A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em queda nesta segunda-feira, contaminado pelo declínio nos pregões norte-americanos, enquanto as ações da Petrobras tiveram uma sessão volátil mesmo após a recepção positiva no mercado ao anúncio de que Roberto Castello Branco assumirá o comando da estatal no próximo ano.

Pessoas olham para gráfico de flutuação do mercado na Bovespa, São Paulo, Brasil
09/05/2016
REUTERS/Paulo Whitaker
Pessoas olham para gráfico de flutuação do mercado na Bovespa, São Paulo, Brasil 09/05/2016 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,69 por cento, a 87.900,83 pontos.

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O volume financeiro somou 17,975 bilhões de reais, amplificado pelo exercício dos contratos de opções sobre ações na bolsa paulista nesta sessão, que totalizou 6,49 bilhões de reais, com opções de compra de papéis da Petrobras respondendo pelos maiores volumes financeiros.

Nos Estados Unidos, a volta do fim de semana foi minada pelo tombo das ações da Apple, que se alastrou pelo setor de tecnologia, em meio a preocupações sobre a demanda por iPhones. Ao mesmo tempo, sinais divergentes sobre o embate comercial entre EUA e China mantiveram investidores apreensivos.

No final da tarde, o S&P 500 perdia 1,3 por cento. O Nasdaq recuava 2,5 por cento.

Para o gestor Igor Lima, sócio na Galt Capital, o declínio nesta sessão está relacionado ao cenário externo, uma vez que as notícias domésticas foram positivas, notadamente o anúncio sobre o próximo presidente-executivo da Petrobras.

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Profissionais da área de renda variável citaram que o clima negativo em Wall Street abriu espaço para movimentos de realização de lucros em ações brasileiras, após o Ibovespa fechar em alta nos dois pregões anteriores, acumulando valorização superior a 4 por cento.

No mês, o Ibovespa contabiliza um acréscimo de 0,55 por cento e em 2018 o ganho alcança 15,05 por cento.

Bernd Berg, estrategista na Woodman Asset Management, reiterou sua visão positiva para os ativos brasileiros, avaliando que o país está entrando em uma "era de ouro guiada pelas reformas políticas a caminho e uma prolongada recuperação econômica após a maior recessão brasileira na história moderna".

Para Berg, as escolhas do presidente eleito Jair Bolsonaro de profissionais bem avaliados e experientes para posições estrategicamente importantes em sua equipe asseguram uma transição suave e abrem o caminho para o desempenho positivo de ativos brasileiros.

A ausência de negócios da B3 na terça-feira, em razão do feriado do Dia da Consciência Negra, corroborou a cautela nesta sessão, uma vez que os mercados globais estarão funcionando normalmente neste dia 20.

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DESTAQUES

- PETROBRAS PN fechou em alta de 0,78 por cento, após trocar de sinal algumas vezes durante o pregão, recuando 1,4 por cento no pior momento e valorizando-se 1,9 por cento na máxima do dia. Os holofotes ficaram voltados para a escolha do novo presidente da companhia, que analistas consideraram positiva, esperando continuidade na melhoria operacional da petrolífera de controle estatal. PETROBRAS ON fechou com variação negativa de 0,07 por cento.

- BANCO DO BRASIL subiu 2,34 por cento, descolando do viés negativo do setor financeiro diante da possibilidade de Ivan Monteiro comandar a instituição. O presidente eleito Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira que o atual presidente da Petrobras pode ir para o Banco do Brasil, embora não tenha nada confirmado. Após o anúncio sobre a escolha do novo CEO da Petrobras, a companhia anunciou que Monteiro deixará o comando da petrolífera em 1º de janeiro.

- CIELO caiu 5,03 por cento, a 9,26 reais, menor cotação de fechamento desde outubro de 2012. No pior momento, a ação foi negociada a 9,20 reais. O Credit Suisse cortou a recomendação das ações da maior empresa de meio de pagamentos do país para 'underperfom', em relatório no qual reforçou visão cautelosa com o setor. No ano, os papéis da Cielo já acumulam declínio de quase 58 por cento, o maior entres as ações listadas no Ibovespa.

- RD recuou 4,15 por cento, também entre as maiores quedas do Ibovespa. Em relatório a clientes, com recomendação neutra para os papéis, a analista Leila Almeida, da consultoria de investimentos Lopes Filho & Associados, afirmou que o cenário segue desafiador para a RD no curto e médio prazos, notadamente pela lenta recuperação econômica interna, que trouxe um menor ritmo de crescimento para o varejo farmacêutico, onde também a competição ficou mais acirrada.

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- VALE caiu 1,39 por cento, pesando no Ibovespa em razão da fatia relevante que tem no índice. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu que a mineradora deverá pagar indenização às comunidades indígenas xikrin e kayapó, por supostos danos ambientais e à saúde no sul do Pará, determinando ainda a paralisação das atividades de mineração de ferro-níquel da unidade Onça Puma. Procurada, a Vale disse que "a decisão do TRF não traz fato novo ao processo em curso" e que recorrerá da decisão junto aos tribunais superiores.

- USIMINAS PNA cedeu 4,60 por cento, em meio a ajustes após alta de quase 7 por cento no último pregão, capitaneando as perdas do setor siderúrgico na bolsa, em dia de queda dos preços dos contratos futuros de aço na China. CSN caiu 2,28 por cento e GERDAU PN encerrou em baixa de 0,49 por cento.

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