Ibovespa enfrenta realização de lucros e cai puxado por bancos e Vale

6 fev 2019 - 11h09

O sinal negativo prevalecia na bolsa paulista nesta quarta-feira, em meio a uma realização de lucros chancelada pelo exterior desfavorável, com bancos entre as maiores pressões de baixa, assim como Vale após força maior para entrega de minério.

Escritório da assessoria de investimento Monte Bravo, em São Paulo. 23/01/2019. REUTERS/Paula Arend Laier.
Escritório da assessoria de investimento Monte Bravo, em São Paulo. 23/01/2019. REUTERS/Paula Arend Laier.
Foto: Reuters

Às 11:03, o Ibovespa B3 caía 1,76 por cento, a 96.581,66 pontos. O volume financeiro somava 2,43 bilhões de reais.

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A queda ocorre após o Ibovespa acumular alta de 11,86 por cento no ano até a véspera, tento renovado máximas históricas repetidamente. Na segunda-feira, atingiu novo recorde para fechamento, a 98.588,64 pontos.

Na visão de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante, consultoria independente de investimentos, sem gatilhos para impulsionar o mercado, o dia será negativo e de realização para os ativos locais. 

Wall Street também sinalizava uma abertura mais fraca, após discurso do presidente Donald Trump não trazer novidades sobre as negociações comerciais com a China, mas adicionar preocupação sobre o risco de nova paralisação do governo norte-americano.

"Esse risco deixa os mercados internacionais com a lanterna amarela acesa", reforçou Bevilacqua, em nota a clientes.

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No Brasil, a equipe da Coinvalores avalia que investidores devem ficar atentos ao noticiário político, sobretudo à eleição para a mesa diretora no Senado, e para as articulações que visam o comando das comissões permanentes e mistas no Congresso.

"Ademais, novas sinalizações a respeito da reforma da previdência, certamente, seguem no radar, após o ministro da Casa Civil declarar, ontem, que a proposta será bem diferente da minuta divulgada pela mídia no início da semana", acrescentou.

Também no radar está a decisão de política monetária no país, mais especificamente o comunicado do Banco Central previsto para depois do fechamento da bolsa, em meio a expectativas no mercado de manutenção da taxa Selic em 6,5 por cento.

DESTAQUES

- VALE caía 1,57 por cento, após declarar força maior em uma série de contratos de venda de minério de ferro e de pelotas, na esteira de uma decisão judicial na véspera que determinou a paralisação de barragens em Minas Gerais. Também anunciou plano de investir cerca de 1,5 bilhão de reais, a partir de 2020, para disposição de rejeitos a seco.

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- BRADESCO PN caía 2,3 por cento, em meio a movimentos de realização de lucros, com o ganho em 2019 acumulado até a véspera tendo alcançado 18,3 por cento. O setor como um todo tinha uma sessão negativa, com ITAÚ UNIBANCO PN em baixa de 1,3 por cento, BANCO DO BRASIL recuando 2,1 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT cedendo 2 por cento.

- CCR e ECORODOVIAS perdiam 4,73 e 4,77 por cento, respectivamente, liderando a ponta negativa do Ibovespa, conforme investidores embolsaram os lucros após os papéis terem subido 32,05 e 22,92 por cento no ano, apoiados, entre outros fatores, em perspectivas relacionadas à renovação de contratos de rodovias no Estado de São Paulo.

- PETROBRAS PN recuava 1,88 por cento, tendo como pano de fundo a fraqueza do petróleo e reportagem do Valor Econômico de que um grupo de investidores quer nova arbitragem coletiva contra a empresa, para ressarcimento por perdas com a desvalorização das ações da estatal após a operação Lava Jato. A empresa disse que não foi notificada.

- SUZANO subia 1,69 por cento, uma das poucas altas da sessão, favorecida pela alta do dólar em relação ao real.

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