Ibovespa começa 2019 com recordes e investidor confiante em novo governo

2 jan 2019 - 18h12
(atualizado às 18h36)

A bolsa paulista fechou o primeiro pregão do ano com o Ibovespa em máxima histórica, acima dos 91 mil pontos pela primeira vez, em meio a perspectivas favoráveis para a economia brasileira em 2019 e para o novo governo do país.

Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro; Brasília, 01/01/2019. REUTERS/Pilar Olivares
Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro; Brasília, 01/01/2019. REUTERS/Pilar Olivares
Foto: Pilar Olivares / Reuters

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 3,56 por cento, a 91.012,31 pontos, recorde de fechamento. No melhor momento do dia, alcançou 91.478,84 pontos, maior nível registrado durante um pregão.

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O volume financeiro na sessão somou 17,3 bilhões de reais.

Para estrategistas do BTG Pactual, as perspectivas para a bolsa em 2019 são promissoras. "Esperamos que a nova administração de direita implemente grandes mudanças no funcionamento da economia", disseram em relatório.

Entre os discursos do dia, marcado pela transmissão de cargos de vários ministros da equipe do presidente Jair Bolsonaro, mereceu especial atenção a fala do titular do poderoso Ministério da Economia, Paulo Guedes.

Ele afirmou que o governo vai encaminhar ao Congresso proposta de reforma da Constituição para acabar com todas as vinculações e indexações de gastos, caso a reforma da Previdência não seja aprovada.

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Profissionais da área de renda variável também atribuíam o movimento mais forte à tarde principalmente à compra de ações por agentes financeiros locais, ainda em processo de realocação de portfólios para o mês e o ano.

A melhora do petróleo, após começar a quinta-feira com viés mais negativo, chancelou a alta na bolsa brasileira. Wall Street também situava-se longe das mínimas nesta tarde, corroborando o avanço no pregão local.

"De fato tivemos boas notícias nos últimos dias", disse um gestor, citando entre elas discurso de posse do presidente Jair Bolsonaro, considerado positivo, e apoio do PSL para a reeleição do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Além disso, houve um alívio na pressão mais negativa das bolsas no exterior; e com a virada do ano os fundos mostram nova disposição para tomar risco. "Tudo isso somado está gerando o dia bem positivo", afirmou o gestor, que fica em São Paulo.

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O Ibovespa superou os 90 mil pontos pela primeira vez em sua história no quarto trimestre de 2018, tendo alcançado recorde intradia de 91.242,22 pontos em 3 de dezembro. Considerando o fechamento, a máxima anterior era de 89.820,09 pontos.

DESTAQUES

- ELETROBRAS ON disparou 20,72 por cento, maior alta do Ibovespa, em sessão marcada pela posse do novo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que pretende levar adiante a capitalização da elétrica de controle estatal, além de notícias de que o atual presidente-executivo da companhia, Wilson Ferreira Jr., continuará à frente da empresa. ELETROBRAS PNB subiu 14,52 por cento.

- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 4,28 por cento e BRADESCO PN subiu 4,5 por cento, atingindo cotações recordes, enquanto BANCO DO BRASIL valorizou-se 4,54 por cento. SANTANDER BRASIL UNIT fechou em alta de 7,12 por cento, tendo ainda no radar aprovação de 4,8 bilhões de reais em remuneração a acionistas.

- PETROBRAS PN fechou com elevação de 6,08 por cento, embalada pelas perspectivas positivas para o novo governo e melhora dos preços do petróleo no exterior, com o Brent subindo 2,06 por cento. PETROBRAS ON subiu 4,92 por cento, com as atenções também voltadas para posse do novo ministro de Minas e Energia.

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- SABESP avançou 9,11 por cento, em meio a comentários do novo governo do Estado de São Paulo em defesa da privatização da companhia estadual de água e saneamento.

- CIELO subiu 8,32 por cento, entre os destaques positivos do Ibovespa, após encerrar 2018 com a maior queda do índice, de 57,4 por cento, por preocupações sobre os efeitos do aumento na competição no setor de meios de pagamentos nos resultados da empresa, entre outros fatores.

- LOG COMMERCIAL PROPERTIES recuou 6,49 por cento, a 16,85 reais, entre as poucas quedas da sessão, dando continuidade à trajetória negativa desde a estreia no Novo Mercado da bolsa, com valor referência de 28,68 reais, após cisão do negócio de galpões logísticos pela construtora MRV.

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