Enquanto investidor avalia detalhes do texto da reforma, Ibovespa avança

20 fev 2019 - 11h31

A apresentação da proposta da reforma da Previdência à Câmara nesta quarta-feira, 20, norteia os negócios na Bolsa brasileira, que abriu em alta, e passou a renovas máximas após a divulgação do texto, que foi entregue pelo presidente Jair Bolsonaro. Contudo, perdeu um pouco de ímpeto. Mas o Ibovespa ainda mantém-se na marca dos 98 mil pontos.

Dentre os detalhes está o impacto estimado em dez anos, de R$ 1,164 trilhão, e de R$ 189 bilhões, em quatro anos. Conforme o Secretário Especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, o presidente definiu que ao final de seu mandato pela transição da idade será 62 e 57. Também informou que a alíquota de contribuição da Previdência para os que contribuem cairá de 8% para 7,5%.

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O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que a nova previdência irá transformar o País. "Consertamos o navio atual. O casco está furado e agora vai navegar por muitos anos", disse.

Enquanto o governo divulgava a proposta da reforma da Previdência, as ações do setor financeiro subiam, bem como as blue chips Vale e Petrobras. Já o dólar à vista renovava mínimas.

Para um operador, a reação dos ativos sinaliza que o mercado está percebendo que o governo está "virando a página", após a exoneração do ministro da Secretária-Geral, Gustavo Bebianno. "Agora, é que o governo começa", diz.

Contudo, o desconforto dos investidores com a crise política recente pode não ter sido superada totalmente. A dúvida de muitos é saber como será o processo de articulação do governo para aprovar a reforma.

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Depois da exoneração de Bebianno, na terça, o governo teve a primeira derrota na Câmara. A Casa derrubou o projeto que susta o decreto assinado pelo vice-presidente Hamilton Mourão em janeiro que ampliou a funcionários comissionados e de segundo escalão o poder de impor sigilo a documentos público.

O economista Antônio Madeira, da MCM Consultores, pondera que essa derrota do governo pode ser um risco e limitar ganhos do Ibovespa. "É um fator de risco. Portanto, pode ter efeito. Mas os principais pontos da reforma já foram antecipados. Ontem, quando saiu a notícia, estava próximo do fechamento do pregão. Então, não reagiu a isso", avalia.

O Ibovespa subiu 1,19%, terminando aos 97.659,15 pontos. Às 11h01, o Ibovespa subia 0,53%, aos 98.179,81 pontos, após alcançar a máxima de 98.543,68 pontos. Bradesco ON tinha alta de 0,67%, enquanto a PN avançava 0,75%. Itaú Unibanco PN tinha ganho de 1,22%. Vale ON estava em 0,13%; Petrobras PN em 0,11% e ON, 0,70%. O dólar à vista era negociado a R$ 3,6984, com queda de 0,48%.

Madeira acrescenta que a dúvida é saber o quanto de capacidade o governo terá para avançar na aprovação da reforma previdenciária. Ele lembra que o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tem cogitado a possibilidade de finalizar a proposta no primeiro semestre na Casa. "Até tudo isso avançar, o mercado pode ficar um pouco de lado, com o investidor meio cauteloso", estima.

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A expectativa é que o noticiário doméstico se sobreponha ao externo. Na Europa, as bolsas sobem e a indicação é que o mercado acionário em Nova York abra em leve queda. À tarde, será divulgada a ata do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) da última reunião.

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