Dólar se descola do exterior, tem correção e recua ante real

29 ago 2018 - 17h10
(atualizado às 17h19)

O dólar acabou descolado do mercado externo e terminou a quarta-feira em queda ante o real, num movimento de correção após a moeda ter superado os 4,15 reais na máxima da sessão.

Pessoas refletidas em vitrine de casa de câmbio no Rio de Janeiro, Brasil
08/06/2018
REUTERS/Ricardo Moraes
Pessoas refletidas em vitrine de casa de câmbio no Rio de Janeiro, Brasil 08/06/2018 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

O dólar recuou 0,65 por cento, a 4,1143 reais na venda, depois de bater a máxima de 4,1651 reais logo na abertura. Na mínima, a moeda foi a 4,1123 reais, perto do fechamento. O dólar futuro recuava cerca de 0,52 por cento.

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"A ausência de notícias sobre as eleições e o fato de o dólar estar esticado favoreceram o ajuste", comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.

Na véspera, a moeda norte-americana terminou no segundo maior valor do Plano Real e seguiu pressionada nos primeiros negócios desta sessão. Depois de muito vaivém entre altas e baixas, no entanto, acabou firmando trajetória de baixa e se descolando do exterior, onde subiu ante a grande maioria das divisas de países emergentes.

O anúncio do Banco Central de que pretende rolar integralmente os 2,150 bilhões de dólares em linha --venda de dólares com compromisso de recompra-- que vencem em 5 de setembro contribuiu para o movimento, uma vez que o BC retira qualquer pressão adicional sobre o câmbio por causa de dúvidas sobre esse vencimento.

"Com o leilão de linha, o BC dá uma sinalização de que está de olho no mercado e vai entrar se necessário", afirmou a estrategista de câmbio Fernanda Consorte, do Banco Ourinvest.

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Nesta sessão, a autoridade ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 5,04 bilhões de dólares do total de 5,255 bilhões de dólares que vence em setembro.

Se mantiver essa oferta na quinta-feira e vendê-la integralmente, terá feito a rolagem integral.

A autoridade, no entanto, não falou nada sobre a rolagem de outubro, que totaliza 9,801 bilhões de dólares.

"Mas ninguém no mercado imagina que o BC não fará essa rolagem, não criaria essa pressão", acrescentou o profissional citado acima.

No início dos negócios, o dólar ainda mantinha trajetória indefinida diante da cautela eleitoral, com os investidores aguardando pesquisa de intenção de votos do DataPoder360 que, no entanto, cujos números só serão divulgados a tempo de serem repercutidos no pregão de quinta-feira.

Além disso, o dólar subia ante a maioria das divisas emergentes no exterior. Ante a cesta de moedas, entretanto, o dólar caía no final da tarde.

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"Está muito volátil, sem saber para onde ir", explicou Fernanda, no início da tarde, ao se referir à indefinição do cenário eleitoral, com o candidato preferido do mercado, Geraldo Alckmin (PSDB), patinando nas pesquisas e a possibilidade de um segundo turno com a participação do PT.

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