Lira dá aval para unir PECs e acelerar a tramitação na Câmara

Presidente da Câmara assinou despacho para apensar a PEC dos Benefícios à PEC dos Biocombustíveis, que já está mais avançada na Casa

4 jul 2022 - 05h10
(atualizado às 07h22)
Arthur Lira se reúne hoje com líderes partidários para acertar delthes da PEC
Arthur Lira se reúne hoje com líderes partidários para acertar delthes da PEC
Foto: Paulo Sergio/Agência Câmara / Estadão

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já assinou o despacho para apensar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede uma série de benefícios sociais às vésperas da eleição à PEC dos Biocombustíveis, que já tramitava na Câmara.

O aval foi formalizado em documento interno obtido pelo Estadão/Broadcast e foi dado pelo presidente da Câmara na última sexta-feira. Dessa forma, a tramitação do pacote de medidas sociais será mais rápida.

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Ao unir as duas propostas, os deputados farão com que a PEC dos Benefícios pule etapas, já que a tramitação da PEC dos Biocombustíveis já está avançada. A articulação para unir as propostas foi antecipada pela Coluna do Estadão na quinta-feira e confirmada pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Arthur Maia (União Brasil-BA), na sexta.

Nesta segunda-feira, 4, Lira vai se reunir com líderes partidários para acertar os detalhes do texto, que será relatado pelo deputado Danilo Forte (União Brasil-CE).

O parlamentar já é relator da PEC dos Biocombustíveis, que mantém a competitividade do etanol frente à gasolina, e foi o autor do projeto de lei que determinou um teto de 17% para o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo.

"Aceitei com muita tranquilidade a missão de relatar a PEC dos Benefícios, e dar um alento à população neste momento delicado. A fome tem pressa", afirmou Forte.

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A PEC que amplia benefícios sociais foi aprovada na quinta-feira no Senado com amplo apoio dos senadores.

No primeiro turno da votação, foram 72 votos favoráveis e 1 contrário. No segundo, o placar foi de 67 a 1. O único senador a votar contra foi José Serra (PSDB-SP). Na visão dele, as medidas ferem a credibilidade fiscal do País. O custo da proposta ficou em R$ 41,25 bilhões fora do teto de gastos - a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior.

Texto pode ir direto ao plenário

A previsão do presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), é de que a PEC dos Benefícios passe na comissão na terça-feira, 5, se a oposição não pedir vistas para adiar a votação. Depois disso, ela deve ser votada em comissão especial na quarta-feira.

Com isso, o texto unindo as duas propostas (a PEC dos Benefícios e a PEC dos Biocombustíveis) poderia ir direto ao plenário. Esse é o cronograma mais rápido para a tramitação.

De acordo com o Regimento Interno da Câmara, uma PEC precisa ser analisada por comissão especial em, no mínimo, dez sessões. No entanto, Maia lembrou que a PEC dos Precatórios, aprovada no fim do ano passado e que abriu um espaço fiscal superior a R$ 100 bilhões no Orçamento, foi direto a plenário após o presidente da Câmara, Arthur Lira, unir a proposta com outra que já havia passado em comissão especial.

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Estado de emergência nacional

A PEC dos Benefícios inclui uma série de medidas: prevê zerar a fila de espera do Auxílio Brasil; aumentar o valor do programa social de R$ 400 para R$ 600; conceder uma "bolsa-caminhoneiro" de R$ 1 mil por mês; dobrar o vale-gás a famílias de baixa renda; dar subsídio para garantir a gratuidade a passageiros idosos nos transportes públicos urbanos e metropolitanos; conceder um auxílio-gasolina de R$ 200 mensais a taxistas; ampliar os recursos para o programa Alimenta Brasil e compensar Estados que reduzam as alíquotas de ICMS sobre o etanol para manter a competitividade do biocombustível sobre gasolina.

As benesses valem até o fim do ano, depois das eleições. Para blindar o presidente Jair Bolsonaro de eventuais punições da Lei Eleitoral, foi incluído na PEC um estado de emergência nacional, criticado pela oposição, que, apesar disso, votou a favor. A legislação impede, em situação normal, a criação de programas sociais em ano eleitoral, exceto em caso de estado de emergência ou calamidade.

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