Com soja em alta, exportações do agronegócio sobem 20,9% no 1º semestre

Exportação da soja subiu 25,3% de janeiro a junho, mas milho também teve bom desempenho, mostra Ipea; China continua sendo o maior comprador brasileiro, seguido de União Europeia e Estados Unidos

24 jul 2021 - 05h10

RIO - As exportações do agronegócio registraram alta de 20,9% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, passando de US$ 50,9 bilhões para US$ 61,5 bilhões, informou ontem o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A soja segue como o principal produto de exportação do setor, com alta de 25,3% em valor de janeiro a junho, apesar da queda de 2,2% em quantidade.

A China manteve a posição de principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, com 39% das exportações em valor no período, seguida por União Europeia (14,5%) e Estados Unidos (6,4%). Juntos, eles respondem por quase 60% do total exportado pelo Brasil.

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"Os exportadores brasileiros começaram a sentir, em junho, a recuperação parcial dos preços médios das exportações da maior parte dos produtos do agronegócio, com destaque para a carne bovina, a soja e o milho", avaliou a pesquisadora associada do Ipea e uma das autoras do estudo, Ana Cecília Kreter.

O Ipea destaca, porém, que o preço médio recebido em junho, entre as commodities analisadas, ainda se encontra abaixo das máximas históricas registradas no início da década passada. Segundo o instituto, os preços médios de quase todas as commodities agrícolas tiveram queda nos dois últimos anos. Entretanto, houve forte recuperação nos preços no mercado internacional a partir do segundo semestre de 2020.

"A partir do segundo trimestre deste ano, as remunerações em dólar das exportações brasileiras começaram a refletir parte da escalada desta alta dos preços, culminando, em junho, com máximas recentes na maioria dos principais produtos exportados", informou o Ipea.

O aumento da demanda mundial por soja e milho vem contribuindo para o crescimento da produção a cada safra, principalmente no Brasil. O que se observa, no entanto, ressalta o Ipea, é que os estoques de soja e milho estão cada vez mais baixos. "E boa parte desses estoques se encontra em território chinês", explica Ana Kreter.

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Apesar disso, dos dois grãos analisados, a soja é o único item na China cujos estoques e produção não atendem à demanda doméstica, o que sinaliza uma boa perspectiva para o produtor rural brasileiro que começa a planejar a safra 2021/2022. Já o crescimento de vendas de carnes (bovina, suína e de frango), que avançou 25,3% em valor e 17,3% em volume no primeiro semestre de 2021 frente 2020, foi impulsionado pela carne suína.

"O Brasil vem exportando cada vez mais essa proteína desde 2018, em decorrência da Peste Suína Africana (PSA), que afetou a competitividade em produtores concorrentes", destaca o Ipea.

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