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Dólar tem terceira queda seguida e fecha abaixo de R$ 4,10

Investidores estão na expectativa da pesquisa Datafolha, que deve ser divulgada após o fim dos negócios desta segunda-feira, 10

10 set 2018 - 13h47
(atualizado às 17h47)

O dólar terminou em baixa pelo terceiro pregão consecutivo, abaixo de R$ 4,10, num movimento de ajuste ao cenário político após o ataque sofrido na quinta-feira pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL), Jair Bolsonaro, que levou os investidores a avaliarem que a esquerda perderia fôlego nas eleições.

O dólar recuou 0,26%, a R$ 4,0935 na venda, acumulando, nas três sessões seguidas de baixa, 1,44%. Na mínima, a moeda marcou R$ 4,0520, na abertura, e na máxima, R$ 4,1283. O dólar futuro subia cerca de 0,80%.

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"O atentado...alimentou animador desempenho dos ativos locais...tendo como leitura majoritária o potencial fortalecimento de candidatos de centro-direita/direita(especialmente o próprio Bolsonaro) nas eleições do próximo dia 7 de outubro", explicou mais cedo a H.Commcor Corretora em relatório, chamando atenção para pesquisa encomendada pelo BTG e divulgada nesta segunda-feira.

Pelo levantamento, Bolsonaro ampliou a liderança após o atentado, com 30 por cento das intenções de voto, de 26 por cento na semana passada. Após levar uma facada na quinta-feira, o candidato, que permanece internado em São Paulo, disse no Twitter que logo estará 100 por cento e que não dará o "gosto" de ficar fora do pleito para aqueles que desejam isso.

"Em síntese, e tendo como base essa pesquisa, Bolsonaro segue ganhando terreno, o que pode ter sido potencializado pelo atentado ou não (pode ter sido coincidência), mas de todo modo tende a embasar o bom humor no mercado", completou a H.Commcor Corretora.

O mercado avalia os candidatos de esquerda como mais propensos ao aumento de gastos e a dívida pública, e agora aguarda outros levantamentos para ajustar suas posições, entre eles o do Datafolha, esperado para após o fechamento do mercado nesta segunda-feira, e o Ibope, na terça-feira à noite.

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Boletim médico divulgado nesta segunda-feira pelo hospital Albert Einstein informou que Bolsonaro segue na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ainda está em estado grave. Este foi o primeiro boletim médico a apontar o estado de saúde de Bolsonaro como "grave", em uma mudança de tom com relação ao boletim da manhã de domingo, que falava em "nítida melhora clínica e laboratorial".

Embora o atentado tenha dado maior visibilidade a Bolsonaro e possa impulsionar sua candidatura, analistas e economistas avaliam que o quadro ainda segue bastante incerto, o que justifica a cautela dos agentes. Por essa razão, muitos dos investidores que venderam moeda na quinta-feira compraram de volta nesta sessão, impedindo que o tombo da abertura se mantivesse.

Além do cenário eleitoral, os investidores ainda monitoraram os efeitos da guerra comercial depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou que está pronto para seguir adiante e aplicar tarifas sobre mais US$ 267 bilhões, além dos 200 US$ bilhões sobre bens do país asiático que devem ser taxados nos próximos dias.

O dólar operava em baixa ante uma cesta de moedas, mas operava misto ante divisas emergentes.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 2,725 bilhões do total de US$ 9,801 bilhões que vence em outubro.

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Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Bolsa de Valores

O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou em queda nesta segunda-feira, reflexo do conservadorismo dos agentes financeiros antes de pesquisas eleitorais previstas para os próximos dias, incluindo Datafolha ainda na noite desta segunda-feira, 10, dado o quadro incerto sobre a disputa presidencial no país.

De acordo com dados preliminares, o principal índice de ações da B3 caiu 0,24%, a 76.233,41 pontos. O volume financeiro da sessão somava R$ 7,96 bilhões.

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