BCE deve tirar juros de território negativo até setembro, diz Lagarde

23 mai 2022 - 08h17

O Banco Central Europeu provavelmente tirará sua taxa de depósito do território negativo atual até o final de setembro e poderá aumentá-la ainda mais se prever que a inflação vai se estabilizar em 2%, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, nesta segunda-feira.

Ela estava acelerando uma guinada já acentuada na postura de política monetária, que a fez ir de praticamente descartar aumentos de juros neste ano para agora prever vários ajustes em face da inflação recorde na zona do euro.

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"Com base na perspectiva atual, provavelmente estaremos em posição de sair das taxas de juros negativas até o final do terceiro trimestre", disse Lagarde em um post em blog publicado no site do BCE.

A taxa de depósito do BCE está atualmente em -0,5%, o que significa que os bancos são cobrados para deixar dinheiro no banco central, e está abaixo de zero desde 2014, já que a instituição lutou por anos contra uma inflação baixa demais.

Mas os preços têm disparado nos últimos meses, uma vez que os custos dos combustíveis saltaram devido a fatores como a invasão russa da Ucrânia e se espalharam para outros produtos.

Lagarde abriu a porta para novos aumentos de juros em direção ao que os economistas chamam de nível neutro --uma taxa que aproxima a produção econômica de seu potencial-- ou mesmo acima dele.

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"Se enxergarmos a inflação se estabilizando em 2% no médio prazo, uma progressiva normalização das taxas de juros em direção à taxa neutra será apropriada", acrescentou Lagarde.

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