Em reality shows como ‘A Fazenda’ e ‘Big Brother Brasil’, um dos momentos mais aguardados pelos competidores e que mais rendem à edição é a festa regada a bebidas alcoólicas. Há sempre quem exagera na dose.
O resultado: corpos cambaleantes, quebra da timidez, maior liberalidade – e desabafos, discussões, gafes, vexames, crises de choro, flertes, às vezes beijos e até contato sexual. A noite etílica produz cenas interessantes para o programa. Mas pode arruinar alguns competidores.
Em ‘A Fazenda 13’, o estado alterado de Dayane Mello, provocado por álcool em excesso, a deixou vulnerável e fez com que não se lembrasse de alguns momentos quando estava na cama com Nego do Borel, de acordo com o que relatou em depoimento à produção.
Após forte pressão da imprensa, das redes sociais e de patrocinadores do reality, o funkeiro acabou expulso sob o argumento de desrespeitar Dayane ao forçar intimidade debaixo do edredom.
“Existe uma regra no jogo que diz que qualquer atitude que possa colocar em risco um participante pode levar à expulsão. Por uma decisão jurídica do programa, ele tá fora”, comunicou Adriane Galisteu, ao vivo.
Nas imagens viralizadas na internet e exibidas na noite de sábado (25), a modelo, mesmo grogue, pede ao cantor para parar com as investidas. “Eu quero dizer pra vocês: quando uma mulher diz não, é não. Quando uma mulher alcoolizada diz sim, também é não”, explicou a apresentadora, elogiada na internet por seu posicionamento firme.
Nego do Borel errou, indiscutivelmente. Em respeito a Dayane e para sua autopreservação, ele deveria ter evitado aquela situação. Erram também a Record, a Globo e as demais emissoras que estimulam o consumo livre de álcool nos realities, muitas vezes com o patrocínio de fabricantes. De que adianta apoiar campanhas contra o alcoolismo se permite que pessoas se alcoolizem diante das câmeras?
Na circunstância apresentada em ‘A Fazenda’, como em outros programas similares, não se deve culpar quem bebe, e sim quem fornece a bebida, usada como gatilho para gerar entretenimento ao público. Episódios condenáveis como o visto na Record transformam o que deveria ser um divertido show de realidade em show de horror.