Boa de audiência e merchan, Claudete renova com TV Aparecida

Apresentadora critica o vale-tudo por Ibope e ironiza quem copia o que ela já fez no vídeo

8 mar 2018 - 17h15

Apesar do título, o ‘Santa Receita’ vai muito além das tradicionais receitas ensinadas por chefs e culinaristas.

Claudete Troiano está há quase 40 anos apresentando programas femininos na TV aberta
Claudete Troiano está há quase 40 anos apresentando programas femininos na TV aberta
Foto: Divulgação/TV Aparecida / Sala de TV

A atração comandada por Claudete Troiano na TV Aparecida exibe pautas de comportamento, saúde, moda e prestação de serviços aos telespectadores.

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Com passagens por Band, TV Gazeta, TV Manchete, Record e SBT, a apresentadora festeja os quatro anos do programa e a renovação de seu contrato com o canal católico.

Claudete Troiano conversou com o blog a respeito da pressão por audiência, a rotina de trabalho e sua fama de gerar alto faturamento.

A apresentadora no estúdio do ‘Santa Receita’ na cidade de Aparecida, interior paulista
Foto: Divulgação/TV Aparecida / Sala de TV

Qual o balanço desses quatro anos à frente do ‘Santa Receita’?

Primeiramente, preciso dizer que sou católica, devota de Nossa Senhora e que, mesmo nos tempos de rádio e emissoras de TV em São Paulo, gostava de ir a Aparecida gravar especiais para os meus programas. Mas nunca pensei que um dia iria trabalhar na TV Aparecida. Existe uma estrutura muito boa, com equipamentos de ponta e funcionários capacitados para se fazer televisão de qualidade. Faz quatro anos que estou aqui e parece que foi ontem. Colocamos o programa no ar a toque de caixa, em quinze dias, e ele bateu no coração das pessoas. Acho que foi Nossa Senhora que me trouxe pra cá, por saber que eu gosto tanto dela.

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Como avalia a recente renovação de seu contrato?

Significa muito pra mim e para os padres que tanto lutam por essa TV. O que eu mais escuto aqui é ‘você mudou a cara da TV Aparecida’. Iniciei um processo de profissionalização por ser uma apresentadora que veio de grandes emissoras de São Paulo. É gratificante ouvir ‘nossa, Claudete, como eu aprendi com você’. Esse reconhecimento dá sentido à minha vida.

O programa terá novidades a partir de abril, quando estreia a nova programação do canal?

Desde 1980 estou ininterruptamente à frente de programas femininos. A gente precisa reciclar sempre. Vejo nesses programas que estão no ar quadros que fiz há mais de 20 anos, apenas com nova roupagem. Participo diretamente da minha produção. Acompanhamos o movimento da mulher. Ela saiu de casa, foi para o mercado de trabalho, depois voltou um pouco pra casa, e hoje é empreendedora e tem dupla jornada de trabalho. Portanto, faço programa para essa mulher que luta, é ativa, inteligente, batalhadora, que sofre com seus problemas, e que precisa estar bem informada porque quer aprender e crescer. É para ela que faremos algumas mudanças no programa a partir do mês que vem.

Você mora em São Paulo e passa três dias da semana em Aparecida por conta do programa. Como é sua rotina?

Não vou dizer que é uma coisa fácil, porque não é. Mas depois de 35 anos de casada, um casamento que deu certo, um marido companheiro, uma filha já adulta, acho que quem sente mais falta de mim em casa são os meus cachorros (risos). Dá para conciliar por ter essa estrutura familiar tão sólida. É muito bom ficar alguns dias da semana num hotel maravilhoso, o Rainha do Brasil (hotel 4 estrelas pertencente ao complexo da Basílica de Aparecida), com toda a mordomia, não precisar cozinhar, arrumar o quarto (risos).

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Como é viver grande parte de seu tempo praticamente dentro do Santuário de Aparecida, em contato com o clima religioso dos fiéis?

Às vezes, eu coloco boné, tênis, bermuda, óculos escuros e saio pelas ruas de Aparecida. Pareço uma moradora da cidade. O povo grita ‘Oi Clau!’ por onde eu passo. Nessas caminhadas, é emocionante ver na igreja a imagem da Padroeira... Há uma força que mexe muito com as pessoas. Todo mundo precisa conhecer o Templo de Aparecida, não importa a religião que tenha. A gente entra na Basílica e sai tão forte de lá...

Claudete Troiano não sofre pressão por audiência a qualquer custo: “Assisto de cadeira a essa guerra por Ibope”
Foto: Divulgação/TV Aparecida / Sala de TV

Os programas femininos vespertinos travam acirrada disputa por audiência. Como vê essa pressão?

Essa é uma vantagem de estar na TV Aparecida: aqui não existe essa pressão de fazer uma pauta só pela audiência. É muito bom a gente se preocupar com a qualidade e não com o resultado no Ibope. Eu já fiz muito barraco na TV, já fiquei com um entrevistado quase uma hora e meia por dar audiência e vi outros convidados irem embora pra casa, tristes, sem ter entrado no palco. Estou livre disso e, ao mesmo tempo, vejo todo esse retorno do público, Brasil afora. A força da TV Aparecida é muito maior do que eu esperava. Hoje, eu assisto tranquila, de cadeira, a essa briga por audiência. Faço apenas o que eu acredito e o que eu gosto.

Você é conectada com as redes sociais?

Nisso ainda sou falha, embora tenha sido uma das primeiras pessoas a fazer programa de receitas na internet. Acabei me afastando do mundo virtual. Mas sei que essas ferramentas têm muita força. Tenho conhecimento, pelas pesquisas que me apresentam, que o Portal A2, que hospeda o site da TV Aparecida, possui uma audiência enorme, assim como o canal da emissora no YouTube. O meu termômetro para saber o alcance que tenho com o meu público são as ruas. E sou muito mais abordada hoje do que era na época em que estava em outras emissoras.

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Você tem a fama de grande vendedora de ações de merchandising. Continua sendo bastante procurada por anunciantes?

A verdade que transmito é o meu diferencial. Eu não anuncio o que não acredito. Se me falam que o produto é isso ou aquilo (críticas negativas), converso com a direção comercial e paro de anunciar. É preciso ter cuidado com o que fala, saber o que fala e jamais enganar o público. Tenho essa facilidade de me comunicar, com a credibilidade que só o tempo lhe confere. Esse público me viu grávida fazendo programa, acompanhou minha filha crescer, sabe dos problemas pelos quais passei... O telespectador me conhece como se eu fosse uma irmã, uma tia, a mãe... Atualmente, para anunciar no meu programa, é necessário entrar numa fila de quatro, cinco meses de espera. Quem está não sai e quem quer entrar não consegue.

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