O pianista Arthur Moreira Lima morreu aos 84 anos, em Florianópolis, onde morava desde 1993. A notícia foi confirmada pela família do músico por meio do Instituto Piano Brasileiro.
Moreira Lima estava internado havia duas semanas em decorrência de câncer de intestino, segundo o G1.
O velório será nesta quinta-feira, 31, de meio-dia às 16h, no Crematório e Cemitério Jardim da Paz, em Florianópolis
"Nossos agradecimentos a esse gigante incomparável, por tudo que fez pela cultura brasileira e pianística. Que seu nome seja sempre reconhecido entre os heróis brasileiros", diz a publicação do Instituto nas redes sociais.
A trajetória de Arthur Moreira Lima
Nascido no Rio de Janeiro em 1940, Moreira Lima começou a estudar piano aos seis anos - e, aos 8, iniciou sua carreira profissional ao lado da Orquestra Sinfônica Brasileira. Era o início de uma trajetória que o consagraria como um dos maiores pianistas brasileiros.
Sua formação incluiu estudos com renomados professores como Lúcia Branco no Brasil, Marguerite Long em Paris e Rudolf Kehrer em Moscou.
Em 1965, Moreira Lima alcançou destaque internacional ao conquistar o segundo lugar no Concurso Chopin, em Varsóvia. Cinco anos depois, garantiu a terceira colocação no prestigioso Concurso Tchaikovsky, na Rússia.
Aclamado por suas interpretações de compositores como Chopin e Liszt, o pianista também se dedicou ao resgate da obra de artistas brasileiros, com especial atenção ao legado de Ernesto Nazareth - o CD em que homenageou a obra do compositor foi incluído na lista de melhores gravações da Stereo Review Magazine. Ele foi, ainda, solista da primeira audição do Concerto n. 1 de Villa-Lobos no Japão, Rússia, Áustria e Alemanha.
Foram mais de 60 discos gravados ao longo de sua carreira, e um repertório que passa por Bach e Beethoven, pelas sonatas de Mozart, pela obra integral de Chopin, além de Villa-Lobos, Radamés Gnattali e Tchaikovsky. Moreia Lima também gravou concertos para piano e orquestra de compositores como Rachmaninov e Mozart.
O pianista tocou com as orquestras filarmônicas de Leningrado, Moscou e Varsóvia e com as sinfônicas de Berlim, Viena e Praga, a BBC de Londres e a National da França.
No início dos anos 2000, ele criou o projeto Piano pela Estrada, que levou, ao longo de mais de uma década, e por meio de um caminhão teatro e um piano, música erudita aos mais diversos cantos do País.
A revista La Suisse certa vez o chamou de o "Pelé do Piano".