A família do cantor e compositor Gilberto Gil (83) tomou uma medida drástica contra o Padre Danilo César (32), da Diocese de Campina Grande (PB). O sacerdote está sendo processado por "intolerância religiosa e racismo religioso" após tecer comentários extremamente ofensivos sobre a fé da falecida cantora Preta Gil (51), filha do artista.
O episódio que gerou o processo ocorreu durante um sermão transmitido pelo canal do YouTube da Paróquia Areial, pouco tempo depois do sepultamento de Preta Gil. O Padre Danilo César usou o púlpito para zombar da religiosidade da família da cantora, que é adepta do Candomblé.
O religioso questionou publicamente o poder da fé de matriz africana ao falar da morte: "Como é o nome do pai de Preta Gil? Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?"
A declaração causou revolta imediata. O vídeo original do sermão foi retirado do ar após o trecho viralizar, mas o estrago já estava feito.
A apresentadora Bela Gil (48), irmã de Preta, foi uma das primeiras a repudiar o ato, classificando o padre como "desrespeitoso" em suas redes sociais.
A reação veio também das entidades religiosas. A Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza emitiu uma forte Nota de Repúdio, acusando o sacerdote de pregar "o ódio e o preconceito" e de "amedrontar em pleno culto".
Diante da gravidade da situação, o Padre Danilo César, que é formado em Filosofia e Teologia e atua na Paróquia de São José, em Areial - terá que prestar esclarecimentos. A Diocese de Campina Grande, por sua vez, divulgou nota reiterando seu compromisso com a "liberdade de crença e de culto" e a "não discriminação religiosa", informando que o padre se manifestará por meio de sua assessoria jurídica.