Meningite viral: o que é a doença que levou filha de Roberto Justus para o hospital

Infectologistas detalham tratamentos contra a meningite e e orientam vacinação para reduzir casos da doença, que pode até levar à morte

30 jun 2022 - 19h53
Fabiana, Roberto Justus e suas netas
Fabiana, Roberto Justus e suas netas
Foto: Instagram / @fabianajustus

Fabiana Justus, filha de Roberto Justus, foi internada na última quinta-feira, 29, após ser diagnosticada com meningite viral durante uma viagem a Miami, nos Estados Unidos. A febre e o mal-estar eram sintomas que Fabiana estava sentindo já há alguns dias. Mas foi ao pisar em solo norte-americano que eles pioraram.

"Primeiro dia fiquei de cama, segundo passei péssima. Então resolvi vir ao hospital", disse ela.

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De acordo com o médico infectologista Rodrigo Contrera do Rio, do Hospital Emílio Ribas (SP), os sintomas da filha de Roberto Justus são comuns para o diagnóstico. Mas a doença requer atenção e cuidados. Em quadros delicados, a negligência ao tratamento de meningite pode matar.

O que é meningite viral

A doença é caracterizada pela inflamação da meninge, uma membrana que reveste o cérebro. Quando acometida essa membrana, é desencadeada uma série de sintomas, como dor de cabeça, enrijecimento da nuca, febre constante e, em alguns casos, cefaléia ou sintomas respiratórios. 

"Muitas vezes, quando o paciente vai ao pronto-socorro, ele nem imagina que está com meningite. Os sintomas são bem inespecíficos", diz o infectologista.

As causas da meningite são inúmeras: bactérias, fungos, agentes infecciosos ou alguma outra infecção preexistente e não devidamente tratada, como a herpes.

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"A meningite herpética, inclusive, é uma das mais graves que existem", reforça Marcelo Otsuka, infectologista e vice-presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Fabiana Justus, filha de Roberto Justus
Foto: Instagram / @fabianajustus

Meningite viral, bacteriana e as sequelas

De acordo com Otsuka, existem diversos tipos de meningites, mas as mais comuns são as meningites virais e bacterianas. O que diferencia uma da outra são a causa, o grau de letalidade e os tramentos.

Por exemplo, a meningite viral é considerada mais amena e não exige muita medicação. No entanto, assim como a meningite bacteriana, ela também pode deixar sequelas e até levar à morte.

Por esse motivo, o tratamento para meningite é iniciado pelo médico antes mesmo que se saiba qual, de fato, acomete o paciente. 

"Se não tratada, a meningite pode resultar em crises convulsivas, sequelas neurológicas e até mudanças comportamentais, a chamada encefalite. Claro, é mais comum em casos de meningite bacteriana, mas ambas são perigosas", acrescenta Rodrigo Contrera do Rio.

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Em caso de meningite viral, geralmente, a pessoa chega ao hospital estável, com sintomas gerais. Sem saber que possui a doença, sua melhora é rápida e nem sempre necessita de medicação. Em outros casos, como a meningite bacteriana, o médico define a abordagem a partir do próprio paciente, com antibióticos, corticóides e até penicilina. Isso tudo leva em conta se o paciente tem doenças autoimunes ou se faz tratamento oncólogico.

Para o diagnóstico exato, o paciente é submetido a uma punção para coletar o líquor, líquido que banha a meninge. O material é enviado para o laboratório, onde é apontado com exatidão o tipo da meningite.

Normalmente, o líquor é transparente. Mas quando fica amarelado ou em cores turvas, indica que há algo de errado.

Fabiana Justus, filha de Roberto Justus
Foto: Instagram / @fabianajustus

Como pega a meningite

Segundo o infectologista Marcelo Otsuka, a transmissão da meningite muda de acordo com o tipo da doença. Se for tuberculosa, por exemplo, acontece através da tosse; se for herpética, a partir do beijo, e daí por diante. A doença pode ser disseminada de diversas maneiras, inclusive, pelo ar ou toque.

"Por isso, fazemos tratamento profilático de quem teve contato com uma pessoa diagnosticada com meningite", explica.

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Para evitar contrair a meningite, é aconselhada a vacinação contra meningococo e pneumococo, além de bons hábitos de higiene.

"Muitas vezes a contaminação acontece quando a pessoa usa o banheiro, não lava a mão e pouco depois coloca a mão na boca", acrescenta Otsuka.

Os especialistas recomendam procurar atendimento médico adequado ao primeiro sintoma atípico ou febre constante.

*Com edição de Estela Marques.

Fonte: Redação Terra
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