Camila Queiroz desabafa sobre cobranças e especialistas alertam: 'Sofrimento emocional'

Camila Queiroz desabafa sobre cobranças; psiquiatra analisa sofrimento mental

8 nov 2025 - 16h39

O desabafo de Camila Queiroz, que revelou ter ficado doente após ser cobrada por ter seios pequenos, reacendeu a discussão sobre a pressão estética e os padrões corporais inatingíveis impostos às mulheres. A atriz, que sempre manteve uma imagem ligada à delicadeza e à beleza natural, contou que as críticas à sua aparência a levaram a um ponto de adoecimento físico e emocional.

Foto: Mais Novela

De acordo com o psiquiatra Iago Fernandes, a magreza excessiva é um tema que deve ser tratado com sensibilidade e empatia, pois muitas vezes está ligada a dores internas profundas.

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"A magreza excessiva é um tema que precisa ser tratado com muito cuidado, especialmente quando falamos de saúde mental. Muitas vezes, a busca por um corpo 'ideal' parte de uma tentativa inconsciente de controlar algo interno, emoções, angústias, inseguranças, por meio do controle alimentar ou da aparência física. Quando a pessoa passa a associar valor pessoal ao peso, ela entra em um ciclo de autocrítica e punição que fragiliza tanto o corpo quanto a mente."

O psiquiatra explica que essa cobrança constante pode desencadear quadros de ansiedade, depressão e transtornos alimentares.

"Na prática clínica, observo que a magreza excessiva pode estar relacionada a quadros de ansiedade, depressão, transtornos alimentares e até esgotamento emocional. Há uma pressão social muito forte, principalmente sobre as mulheres, para manter um padrão estético que, na maioria das vezes, é inatingível. Isso gera culpa, frustração e uma relação distorcida com a comida e com o espelho. O corpo passa a ser visto como algo a ser corrigido, e não como um aliado na vida cotidiana."

O médico alerta que o corpo reage à privação alimentar de forma perigosa, afetando até o funcionamento do cérebro.

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"O problema é que, quando o corpo é privado de energia e nutrientes, o cérebro interpreta isso como uma ameaça. Ele reage aumentando a obsessão por comida, alterando o humor e prejudicando funções cognitivas. É um estado de defesa constante, em que a mente sofre tanto quanto o organismo. Por isso, a magreza excessiva não deve ser entendida como sinônimo de disciplina ou beleza, muitas vezes, é um sinal de sofrimento emocional."

Para ele, o verdadeiro ideal de beleza está no equilíbrio.

"O verdadeiro ideal de saúde está no equilíbrio: alimentar-se de forma adequada, respeitar o corpo e cuidar da mente com o mesmo compromisso. Quando a relação com a comida deixa de ser punitiva e passa a ser de acolhimento, o corpo naturalmente encontra seu ponto de equilíbrio, e a mente também."

"A estética virou critério de validação social", diz cirurgião plástico

O cirurgião plástico Daniel Botelho complementa que a pressão estética mencionada por Camila reflete uma mudança cíclica de padrões, intensificada pelas redes sociais.

"Nos últimos anos, observamos um retorno do padrão estético mais voltado para a magreza — muito impulsionado pelas redes sociais, pela cultura das celebridades e por um comparativo constante que nunca esteve tão presente. A estética deixou de ser somente uma expressão pessoal e passou a ser, para muitas mulheres, um critério de validação social."

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Segundo ele, o que antes era uma busca por bem-estar se transformou em um esforço para atingir corpos irreais e filtrados.

"O que antes era uma busca por saúde, bem-estar e equilíbrio corporal, muitas vezes tem se transformado em um esforço para atingir um corpo considerado 'ideal' — frequentemente baseado em imagens filtradas e editadas, muito distantes da realidade."

Botelho lembra que as tendências estéticas mudam com o tempo, e isso gera insegurança e insatisfação constantes.

"Vale reforçar que tendências estéticas são cíclicas: por anos, o 'corpo curvilíneo' esteve em alta; agora vemos uma virada para uma silhueta mais magra, com definição muscular. Essa mudança constante gera insegurança e a sensação de que o corpo está sempre 'em falta' — e isso precisa ser abordado com responsabilidade."

Busca por cirurgias cresce, mas naturalidade ganha força

O cirurgião explica que, diante dessa pressão, a lipoaspiração continua entre os procedimentos mais procurados, mas deve ser conduzida com orientação e responsabilidade.

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"A lipoaspiração permanece entre os procedimentos mais procurados justamente por entregar algo que dieta e treinamento, muitas vezes, não conseguem: harmonização fina do contorno corporal."

Ele reforça, porém, que a lipo não é um método de emagrecimento.

"No entanto, é importante reforçar que a lipo não é um procedimento de emagrecimento, e sim de escultura. O aumento da pressão social para ter um corpo magro e definido tem levado muitas mulheres a buscar a cirurgia como solução rápida — e é aí que a orientação médica correta se torna fundamental."

O médico destaca o papel ético do profissional em alinhar expectativas e priorizar resultados naturais.

"Em minha prática, vejo um aumento na procura não apenas para reduzir medidas, mas para conquistar um resultado mais natural, elegante e proporcional. Como cirurgião plástico, tenho a responsabilidade de alinhar expectativas e orientar para decisões conscientes, seguras e que promovam autoestima genuína, e não a submissão a modismos passageiros."

Entre as técnicas mais procuradas, Botelho cita a Lipoaspiração de Alta Definição (Lipo-HD) e a Lipo-U-Graft guiada por ultrassom, que proporcionam resultados seguros e naturais.

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"O melhor procedimento é aquele que respeita a individualidade anatômica e o estilo de vida de cada paciente. Nem toda mulher precisa de cirurgia — e, quando precisa, a indicação precisa ser técnica, responsável e personalizada."

"É a era da beleza autêntica", conclui Daniel Botelho

O especialista observa um movimento crescente em direção à naturalidade, inclusive no formato e tamanho das mamas.

"Sim. Há um movimento muito claro em direção à naturalidade, leveza visual e elegância. O objetivo deixou de ser 'aumentar a qualquer custo' e passou a ser criar um resultado proporcional, sofisticado e atemporal."

Ele destaca a técnica de Prótese-Mama com Recuperação em 24 horas, que tem atraído pacientes que buscam resultados discretos e funcionais.

"Nesse cenário, a técnica de Prótese-Mama com Recuperação em 24 horas tem se destacado, especialmente entre mulheres que priorizam um resultado natural, funcional e com rápida retomada da rotina. Essa técnica promove mamas mais elegantes, com volumes moderados — bonitas sem serem vulgares — com menor trauma cirúrgico, recuperação acelerada e resultados mais estáveis e duradouros."

Encerrando, o cirurgião aponta a mudança de mentalidade das pacientes modernas.

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"Na minha prática, observo um crescimento significativo de pacientes buscando reduzir o tamanho das próteses, realizar mastopexias com pouco ou nenhum implante e optar por uma estética mamária mais natural e alinhada ao próprio estilo de vida. É a era da beleza autêntica, em que menos é mais — e o mais importante é que o resultado faça sentido para a mulher que o carrega."

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