Quando estreou a primeira temporada, no ano passado, "Os Outros" deixou muita gente embasbacada. Uma história aparentemente simples, sobre conflitos de condomínio, escalou rapidamente para uma trama que envolvia crime, milícia, relacionamento abusivo e estupro. O desempenho de Adriana Esteves como Cibele, uma mãe que fazia de tudo para proteger seu filho, Marcinho (Antonio Haddad), foi arrebatador.
Assine Amazon Prime e os primeiros 30 dias são pagos pelo Terra
Compreensivelmente, portanto, era de se esperar que a nova leva de episódios do seriado fosse aguardada com expectativa ainda maior. Para desespero dos fãs da produção, ela tomou rumos inesperados. Incluiu temas como religião, vício em drogas e realidade virtual - este, especficamente, sem grande sucesso. Mas o grande empecilho para curtir a série como no ano anterior tem nome: Marcinho. O personagem, que havia desaparecido no final da primeira temporada, testa a paciência de todo e qualquer espectador.
Escondido, o rapaz parece ter brigado com o chuveiro. Sem dinheiro, segue mimado e tomando as piores decisões possíveis. Mesmo sabendo do sofrimento dos pais, continua sem revelar o próprio paradeiro. E pior: torna-se o playboy coxinha que tanto execrou e ainda se alia a Sérgio, vilão que estuprou sua mãe no começo da trama. Impossível manter alguma simpatia pelo garoto. Marcinho extrapola todos os limites da chatice e da inconsequência.
Com dois episódios para o fim, "Os Outros" esquenta a história em sua reta final. O clima morno do começo começa a acelerar e parece se encaminhar para um "quem matou?". Falarei sobre a série mais detidamente em breve, mas, desde já, deixo claro o protesto: deem uma lição no Marcinho e façam com que ele cresça. Com sorte, isso ocorrerá no desfecho.