A seca-da-mangueira, termo popularmente utilizado no Brasil, refere-se a uma doença que afeta pés de manga em diversas regiões do país. Desde o início da década de 2010, muitos produtores rurais têm relatado perdas significativas ocasionadas por este problema. A doença vem provocando a morte de milhares de árvores de manga, impactando diretamente a cultura desta fruta tropical bastante apreciada e comercializada.
O avanço da seca-da-mangueira preocupa agricultores, técnicos agrícolas e pesquisadores, pois está associado a prejuízos econômicos e à redução da oferta do fruto em diversas praças produtoras. Normalmente, a enfermidade se manifesta de maneira silenciosa, sendo identificada apenas quando os sintomas já estão avançados, o que limita as possibilidades de recuperação das plantas afetadas.
O que causa a seca-da-mangueira?
A seca-da-mangueira é provocada principalmente por fungos do gênero Ceratocystis, especialmente a espécie Ceratocystis fimbriata. O agente patogênico penetra na planta por ferimentos naturais ou resultantes de podas, instrumentos de colheita ou mesmo rachaduras causadas pelo clima. Após a infecção, o fungo se dissemina rapidamente pelos vasos da árvore, bloqueando o transporte de seiva e, consequentemente, levando à morte dos galhos e, em casos mais graves, da mangueira inteira.
Além do ingresso por lesões, fatores ambientais influenciam no surgimento e propagação da seca-da-mangueira. Condições de alta temperatura, baixa umidade e períodos prolongados de estiagem favorecem o aparecimento da doença. Por outro lado, práticas agrícolas inadequadas, como manejo incorreto e reutilização de ferramentas sem higienização, podem facilitar o avanço do fungo entre diferentes plantas e áreas.
Como identificar os sintomas da seca-da-mangueira?
A identificação dos sintomas é fundamental para que o produtor tome medidas rápidas de contenção. Os principais sinais incluem o murchamento repentino de folhas e galhos, que adquirem coloração castanho-escura e secam de forma generalizada. Um ponto característico é a saída de uma substância escura, semelhante a uma goma, nas áreas afetadas. Com o passar do tempo, observa-se necrose nos tecidos e morte progressiva da planta.
- Murchamento das folhas: ocorre de forma repentina, geralmente em um ou mais ramos.
- Descoloração dos galhos: as partes doentes ficam mais escuras e ressecadas.
- Gomose: liberação de exsudatos escuros junto aos ferimentos.
- Morte dos ramos: seca e queda progressiva dos galhos, podendo atingir toda a árvore.
Outros sintomas, como queda prematura dos frutos e rachaduras no tronco, também podem ser observados conforme o avanço da doença. O diagnóstico preciso normalmente requer análise laboratorial, pois outras doenças podem apresentar sinais semelhantes.
Quais as estratégias para combater a seca-da-mangueira?
O enfrentamento da seca-da-mangueira demanda ações integradas e preventivas. Entre as medidas recomendadas, destaca-se a higienização de ferramentas de poda e colheita, para evitar a disseminação do fungo entre diferentes plantas. Práticas como podas de limpeza, remoção e destruição de ramos doentes também são estratégias que contribuem para o controle.
- Desinfecção de instrumentos utilizados no manejo das mangueiras;
- Monitoramento constante das áreas de plantio, para rápida identificação de sintomas;
- Remoção e queima de partes afetadas ou de árvores irrecuperáveis;
- Adoção de mudas certificadas, livres de contaminação por fungos;
- Evitar podas em períodos chuvosos ou de alta umidade, para reduzir riscos de infecção.
Apesar de não existir cura definitiva para a seca-da-mangueira, o manejo correto pode diminuir consideravelmente os prejuízos em pomares. O acompanhamento técnico profissional e a atualização de informações relacionadas ao controle de doenças em mangueiras tornam-se essenciais na preservação dessa cultura.
Como a seca-da-mangueira impacta a produção de manga no Brasil?
O Brasil está entre os maiores produtores de manga do mundo. Com a presença da seca-da-mangueira, diversas regiões reportaram queda expressiva na produtividade dos pomares, principalmente no Norte e Nordeste. Os prejuízos econômicos não atingem apenas produtores, mas toda a cadeia de comercialização, já que a oferta reduzida pode elevar preços ao consumidor final e limitar exportações.
Sendo assim, a seca-da-mangueira representa um desafio atual para a fruticultura brasileira, demandando esforços conjuntos entre órgãos de pesquisa, extensão rural e produtores para aprimorar estratégias de vigilância e controle. Desta maneira, busca-se minimizar os impactos negativos dessa enfermidade na produção nacional, garantindo a continuidade do cultivo e abastecimento de um dos frutos mais apreciados e comercializados do país.