Os carros vendidos no Brasil estão cada vez mais eficientes. É o que indica um estudo realizado pela empresa Bright Consulting, que também analisou aspectos como eficiência energética, tecnologia embarcada, níveis de emissões e segurança desde 2015 até março deste ano. De acordo com a empresa, o levantamento revelou que os avanços tecnológicos nos carros comercializados no Brasil contribuíram para essa evolução.
O foco principal da pesquisa foi a eficiência energética. Considerando os segmentos de hatches, sedans, SUVs e picapes médias – que detém atualmente cerca de 90% do mercado automotivo brasileiro – o índice de eficiência energética no mês de março atingiu um recorde em todas as quatro categorias. Os hatchbacks tiveram um avanço de 9,4% no período todo, sedans 13,7%, SUVs 15,0% e as picapes 10,2%.
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“Em geral, resultados em análises de emissões e consumo são fortemente influenciados pelo volume de vendas, pelas tecnologias utilizadas e pela carroceria do veículo em questão – maior massa, maior área de sombra e mais potência tendem a gerar maior emissão e consumo”, afirmou Murilo Briganti, CPO da Bright Consulting. Além dele, o estudo também contou com a participação do consultor e sócio Cassio Pagliarini, também da Bright.
Desde o início do período analisado pela pesquisa, em 2015, a combinação de inovações tecnológicas e as mudanças aplicadas aos veículos vendidos no Brasil resultaram em um aumento de massa em 12%. Mesmo com carros mais pesados, com sombra 7% maior e 13% mais potentes, a eficiência energética dos automóveis brasileiros melhorou 4%. A pesquisa ainda destaca que essa evolução ocorreu mesmo em meio à pandemia e das crises logísticas e de falta de semicondutores, além do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Essa diferença também explica algumas mudanças no comportamento do consumidor brasileiro. O levantamento publicado aponta que o segmento de SUVs domina atualmente as vendas de carros novos no país, seguido pela categoria de picapes médias. Já o segmento de hatches – que era o mais vendido do Brasil em 2015 – hoje representa apenas 23% do mercado. Além disso, as categorias de sedãs e peruas também perderam bastantes opções e participação de mercado nos últimos anos.
De acordo com a Bright Consulting, tecnologias como o comando variável de válvulas, turbo com injeção direta, start-stop e a popularização do câmbio automático -- que já são maioria no mercado desde 2019 -- com a transmissão CVT sendo mais popular entre as montadoras asiáticas e o automatizado de dupla embreagem entre as marcas alemãs. Já as tecnologias de eletrificação, ainda que em estágio inicial, têm começado a ganhar mercado no Brasil e a fazerem parte do portfólio de mais montadoras no país.