A Nasa alcançou mais um marco ao reativar um conjunto diferente de propulsores da sonda Voyager 1, o objeto mais distante já construído pelo ser humano. A operação, realizada a uma impressionante distância de 15,3 bilhões de milhas da Terra, exigiu semanas de planejamento.
De acordo com a agência, alguns dos propulsores da Voyager 1, que já conta com 46 anos de operação, estavam comprometidos devido ao acúmulo de dióxido de silício, causado pela deterioração de um diafragma de borracha no tanque de combustível.
Essa obstrução reduziu a eficiência do sistema, forçando os engenheiros a buscar uma solução criativa.
A solução deles: "reativar um conjunto diferente de propulsores para mantê-lo funcionando", informou a Nasa em comunicado. O feito, realizado com sucesso no final de agosto, oferece à Voyager 1 uma nova oportunidade de prolongar sua missão.
Desafios de navegação no espaço profundo
A Voyager 1 é equipada com três conjuntos de propulsores, originalmente projetados para possibilitar manobras durante seus sobrevoos planetários. No entanto, à medida que a sonda se afasta cada vez mais do Sistema Solar, suas necessidades de propulsão tornaram-se mais simples.
"Suas necessidades de propulsores são mais simples, e qualquer ramo do propulsor pode ser usado para apontar a espaçonave para a Terra", explicou a Nasa.
Essa não é a primeira vez que os engenheiros precisaram alterar o conjunto de propulsores em uso. Em 2002 e novamente em 2018, mudanças semelhantes foram feitas devido ao acúmulo de resíduos nos sistemas de propulsão.
Ninguém sabe ao certo quanto tempo a Voyager 1 continuará operando. A sonda já superou as expectativas iniciais, tendo completado sua missão original de explorar Júpiter, Saturno e Titã, a maior lua de Saturno, há décadas. Entretanto, a Nasa permanece otimista sobre a capacidade da sonda de continuar fornecendo dados do espaço profundo.