Nos Estados Unidos, pelo menos 4 pessoas morreram e outras 52 ficaram gravemente doentes após consumir cannabis sintética contendo veneno para ratos. As informações foram publicadas no Reporte Semanal de Mortalidade e Morbidade (MMWR) do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país.
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Os primeiros casos surgiram em conjunto na Flórida, em dezembro de 2021, quando 3 pacientes com sangramentos inexplicáveis e um histórico de uso de canabinoides sintéticos foram admitidos a hospitais. Investigando mais a fundo, as autoridades encontraram dezenas de outros casos, principalmente na cidade de Tampa, bem como outros casos em municípios vizinhos.
Ao conversar com os pacientes, notou-se que muitos deles utilizaram a substância sintética: pelo menos 4 dos produtos testaram positivo para brodifacoum, um veneno anticoagulante utilizado principalmente como pesticida contra ratos, camundongos e gambás. Os pacientes em questão sofriam de coagulopatia, quando a habilidade do sangue de formar coágulos é afetada, causando hemorragia em excesso, com sintomas como urina sangrenta, dores abdominais e vômito de sangue, o que bate com o veneno.
Como age o brodifacoum
Nos animais, o produto reduz a habilidade do sangue de coagular o suficiente para sangrarem até a morte. Isso acontece pois o veneno inibe a enzima responsável por regular a vitamina K, essencial para a coagulação sanguínea. Para tratar os pacientes com coagulopatia, bastou lhes dar altas doses de vitamina K1.
Cerca de 2/3 dos pacientes não tinham plano de saúde e não poderiam pagar pelo tratamento com vitamina K1, que pode custar até US$ 65.000 por mês (R_jobs(data.conteudo)nbsp;339.555,88, na cotação atual). Uma empresa farmacêutica privada, no entanto, custeou tabletes do produto para tratar todos os 52 pacientes.
O que é a cannabis sintética?
A cannabis sintética, também chamada de spice (especiaria) ou K2, é uma droga bem diferente da substância natural: ela é misturada com produtos químicos em laboratório para imitar a estrutura química do THC e fazer com que se ligue aos receptores de canabinoides do cérebro. O produto, então, é jogado em spray em folhas, para ser fumado, ou vendido em forma líquida para o uso em cigarros eletrônicos. Mais potente, a substância é mais imprevisível e mais perigosa.
Não se sabe, no entanto, a razão que alguém teria para adicionar veneno de rato na cannabis sintética. Em outras drogas recreativas, como crack, já foi notada a adição de brodifacoum para aumentar o "barato". O acontecimento não é novidade: em 2018, incidentes muito semelhantes também foram reportados pelo CDC. As autoridades acreditam que rever a legalidade e regulação da maconha natural pode ajudar a reduzir a demanda por canabinoides sintéticos.
Fonte: CDC
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