3/I Atlas: como telescópio conseguiu captar imagens que provam que cauda do cometa aumentou

Projeto Telescópio Virtual, do Observatório Astronômico Bellatrix, responsável pela nova imagem, fará uma transmissão em tempo real da passagem do cometa nesta semana

17 nov 2025 - 16h33

O cometa 3/I Atlas foi fotografado com a cauda mais longa por uma unidade robótica do Projeto Telescópio Virtual, do Observatório Astronômico Bellatrix, em Manciano, na Itália.

De acordo com a instituição, no periélio - ponto da órbita do cometa mais próximo do Sol -, a cauda do 3/I Atlas estava atrás do núcleo da Terra, o que dificultava a observação.

Publicidade
O cometa 3/I Atlas foi fotografado com a cauda mais longa pelo Projeto Telescópio Virtual.
O cometa 3/I Atlas foi fotografado com a cauda mais longa pelo Projeto Telescópio Virtual.
Foto: Divulgação/Gianluca Masi/The Virtual Telescope Project / Estadão

Na última terça-feira, 11, no entanto, graças a movimentação do corpo celeste, a unidade robótica ARTEC250+Paramount ME+C3Pro61000EC conseguiu registrar a cauda do cometa com mais nitidez, o que ajudou os cientistas a identificarem que ela está mais desenvolvida.

"Observando a imagem, vemos como a cauda iônica do 3I/Atlas está cada vez mais nítida, graças à melhoria da perspectiva. Podemos vê-la estendendo-se por pelo menos 0,7 graus na direção nordeste. A anticauda, ??apontando para leste-sudeste, também está bem visível", disse o Observatório Astronômico Bellatrix.

Criado pelo astrofísico Gianluca Masi, o Projeto Telescópio Virtual é uma plataforma online que reúne telescópios robóticos controlados remotamente. A instituição irá realizar uma transmissão ao vivo no YouTube da passagem do 3I/Atlas, a partir das 1h15 (no horário de Brasília) de quarta-feira, 19, com imagens em tempo real do corpo celeste.

O cometa foi flagrado pela primeira vez em 1º de julho deste ano, por meio do telescópio Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (Atlas), financiado pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa) e localizado em Rio Hurtado, no Chile. O 3I/Atlas é apenas o terceiro objeto interestelar - como são chamados os corpos celestes que se formam em outro sistema estrelar e entram no Sistema Solar - já detectado.

Publicidade

Segundo a Nasa, o 3I/Atlas não representa nenhuma ameaça para a Terra e permanecerá distante.

Com base em sua trajetória, astrônomos da Agência Espacial Europeia (ESA) suspeitam que ele seja o cometa mais antigo já observado e tenha 3 bilhões de anos a mais que o Sistema Solar - que já tem 4,6 bilhões de anos.

Antes do 3I/Atlas, apenas outros dois objetos interestelares haviam sido identificados: o 1I/'Oumuamua, em 2017, e o 2I/Borisov, em 2019.

TAGS
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações