O cometa 3/I Atlas foi fotografado com a cauda mais longa por uma unidade robótica do Projeto Telescópio Virtual, do Observatório Astronômico Bellatrix, em Manciano, na Itália.
De acordo com a instituição, no periélio - ponto da órbita do cometa mais próximo do Sol -, a cauda do 3/I Atlas estava atrás do núcleo da Terra, o que dificultava a observação.
Na última terça-feira, 11, no entanto, graças a movimentação do corpo celeste, a unidade robótica ARTEC250+Paramount ME+C3Pro61000EC conseguiu registrar a cauda do cometa com mais nitidez, o que ajudou os cientistas a identificarem que ela está mais desenvolvida.
"Observando a imagem, vemos como a cauda iônica do 3I/Atlas está cada vez mais nítida, graças à melhoria da perspectiva. Podemos vê-la estendendo-se por pelo menos 0,7 graus na direção nordeste. A anticauda, ??apontando para leste-sudeste, também está bem visível", disse o Observatório Astronômico Bellatrix.
Criado pelo astrofísico Gianluca Masi, o Projeto Telescópio Virtual é uma plataforma online que reúne telescópios robóticos controlados remotamente. A instituição irá realizar uma transmissão ao vivo no YouTube da passagem do 3I/Atlas, a partir das 1h15 (no horário de Brasília) de quarta-feira, 19, com imagens em tempo real do corpo celeste.
O cometa foi flagrado pela primeira vez em 1º de julho deste ano, por meio do telescópio Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (Atlas), financiado pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa) e localizado em Rio Hurtado, no Chile. O 3I/Atlas é apenas o terceiro objeto interestelar - como são chamados os corpos celestes que se formam em outro sistema estrelar e entram no Sistema Solar - já detectado.
Segundo a Nasa, o 3I/Atlas não representa nenhuma ameaça para a Terra e permanecerá distante.
Com base em sua trajetória, astrônomos da Agência Espacial Europeia (ESA) suspeitam que ele seja o cometa mais antigo já observado e tenha 3 bilhões de anos a mais que o Sistema Solar - que já tem 4,6 bilhões de anos.
Antes do 3I/Atlas, apenas outros dois objetos interestelares haviam sido identificados: o 1I/'Oumuamua, em 2017, e o 2I/Borisov, em 2019.