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MARANHÃO

Vale do Tocantins guarda boas e belas surpresas

Rosa Bastos/AE
A cidade (acima) e as cachoeiras
do Itapecuruzinho (centro) e
do Prata (abaixo)
O Santuário da Pedra Caída é apenas uma das surpresas que a cidadezinha de 35 mil habitantes, localizada na região sul do Maranhão, a 850 quilômetros de São Luís e banhada pelas águas do Rio Tocantins, tem a oferecer. O caminho até ela não é nada fácil. Mesmo de tênis, os pés doem ao se percorrer a trilha de pedras. Depois, é preciso descer 110 degraus íngremes de madeira e entrar num canyon de 300 metros, pisando com muito cuidado para não escorregar nas rochas de arenito. Sobe-se o ribeirão por um despenhadeiro de mais de 50 metros de altura até chegar à Pedra Caída. E é então que acontece algo de extraordinário.

Alguns gritam. Outros emudecem, em estado de choque. Muitos, fora de si, riscam o nome na rocha, para assegurar que estiveram ali e viveram aquela experiência indescritível. "Pirei", resumiu um vendedor que passava pela estrada, em viagem de trabalho, resolveu dar uma olhada e acabou mergulhando na queda d´água de roupa e tudo.

Calma, euforia, emoção e medo são algumas sensações relatadas para definir a magia do lugar. Como vinda das entranhas da terra, a água despenca, furiosa.

Com a sua força, abriu-se uma fenda na rocha que o tempo se encarrega de esculpir. Entre 12 e 13 horas, quando o sol penetra no salão, a pedra torna-se cor-de-rosa e a água, transparente. Dá a impressão de que o lago fica mais revolto quando as pessoas se agitam demais. A correnteza parece empurrá-las para bem longe.

Após algumas braçadas, na inútil tentativa de aproximar-se da queda d´água, resta ao visitante render-se à sua precária condição humana e aproveitar a "chuva" que desce em meio a um prisma luminoso. Nesse momento, com os olhos voltados para o alto, muitos riem ou choram, apaziguados. Para saber o que rola, além das águas, em Pedra Caída, só indo lá. E, creia, vale a pena.

Surpresa - E o município revela outras belezas. Como as cachoeiras de São Romão e do Itapecuruzinho, o balneário Rio Lajes, a Cachoeira do Prata, a Ilha dos Botes, o Rio Sereno.

Para chegar a Carolina, a partir de São Paulo, pode-se ir via Brasília e depois Araguaina, no Tocantins, ou por Imperatriz, no Maranhão. De Imperatriz - nome em homenagem a Leopoldina, mulher de d. Pedro I - a Carolina são 230 quilômetros nada monótonos. Pela estrada vai-se vendo (e fotografando) a Chapada das Mesas, uma série de formações rochosas que se assemelham a esculturas gigantes.

Mistério - Cercada de grutas, cavernas, florestas e cachoeiras escondidas entre os paredões de rocha, a pequena cidade de ruas largas e mangueiras centenárias vai levando sua vidinha pacata, envolvida numa aura de mistério. Como o enigma das inscrições rupestres no Morro das Figuras que, acredita-se, tenha sido obra de alguma civilização antiga. Ou as "divisas" de pedras que se espalham pelo cerrado e lembram muros.

"Só os locais e os vizinhos desfrutavam dessas belezas naturais", diz o secretário de Turismo de Carolina, João Odolfo Medeiros Rego. Ele espera que o ecoturismo devolva à cidade o título de "princesa" que ela teve antes da construção da Rodovia Belém-Brasília, quando era a mais próspera do Vale do Tocantins. Como ficou à margem da estrada, o município acabou entrando em declínio.

Bancos de areia - Gente de toda parte tem aparecido para contemplar as maravilhas do lugar. Quando o rio baixa, deixando à mostra praias e ilhas, as pessoas atravessam de barco para as barracas montadas nos bancos de areia. Um dos pontos de partida é o cais de Carolina. Na alta temporada, de junho a setembro, cerca de 3 mil pessoas visitam a cachoeira de Pedra Caída nos fins de semana. Rego só lamenta o turismo predatório. "Muitos escrevem nomes e sinais, todo tipo de agressão a um local que consideramos um santuário."

Cheio de planos, porém, avisa que no Morro do Chapéu, ponto culminante da cidade, com 378 metros de altura, vão ser construídos teleférico, duas rampas para esportes radicais, trilha para subir a pé e uma pousada.

Depois das caminhadas, pode-se repor a energia experimentando o prato típico local - galinha-de-cabidela, preparada no próprio sangue. No restaurante K-Funé (Rua José Augusto dos Santos, 90, tel. 0xx98-531-2468), as mesas foram arrumadas no quintal. Os pratos, acompanhados de salada de acelga com abacaxi, uva, cenoura, batata e lentilha, custam R$ 7,00 por pessoa.

Agência Estado

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