Os prazeres de Santa Teresa

Nathalia Perdomo/Direto do Rio de Janeiro

Santa Teresa pode ser o bairro menos carioca do Rio – não está margeado pela praia, a não ser pela vista –, mas é adorado pelos moradores e turistas da cidade. As ruas estreitas de pedra, os mirantes ladeira acima, bares à moda antiga e boutiques com artesanato local são o diferencial da região.

No Carnaval, a agitação toma conta. O famoso Largo do Curvelo foi o local escolhido pelo bloco Céu na Terra para concentrar os foliões, que seguem até o Largo das Neves. Além desse largo, há também o Largo dos Guimarães, onde os boêmios encontram as cervejas de garrafa e os melhores petiscos. Quem for ao Bar do Mineiro merece experimentar a tradicional feijoada e o pastel de feijão

Outros bares e quitutes indicados por quem frequenta a região: o caldo verde do Bar do Goyabeira, os sanduíches do Café das Neves, os pastéis de camarão do Santa Saideira, a cerveja gelada do Bar do Gomez, os pratos mais sofisticados do restaurante Santè e o cappuccino do Cafecito.

A espanhola Eva Crespo, que veio de Barcelona para passar uma temporada no Rio, diz que Santa Teresa é um dos seus locais preferidos na cidade. “Eu costumo encontrar amigas que moram lá e, às vezes, saímos para jantar. Pode ser uma pizza no restaurante Estação do Chopp ou uma refeição mais elaborada no restaurante Santè, que tem os melhores drinques que eu já provei. Meu preferido é a caipivodca de maracujá com curry e gengibre”, conta Eva, que diz se sentir segura no bairro, mas evita caminhar sozinha nas ruas desertas.

No Parque das Ruínas, o visitante tem uma vista privilegiada: desde o Aeroporto Santos Dumont até a Urca, passando pela orla do Flamengo e de Botafogo. A casa, que virou atração turística, é resquício do Palacete Murtinho Nobre, um dos pontos de efervescência cultural carioca por muitos anos, até a morte da anfitriã, Laurinda Santos Lobo, em 1946. Hoje, o parque abriga uma sala de exposições e um auditório, palco de shows e leituras de textos literários.

A chácara onde viveu o líder do movimento republicano Benjamim Constant também é uma boa opção para quem visita Santa Teresa. Sua residência foi transformada em museu e restaurada com móveis, acervos de artes plásticas, livros e outros objetos pessoais.

O passeio de bondinho era outra atração do bairro, mas o transporte está temporariamente suspenso devido ao acidente do dia 27 de agosto. Por conta do ocorrido, a Prefeitura do Rio de Janeiro criou o serviço de transporte coletivo com dois micro-ônibus da linha Silvestre-Castelo e Paula Matos-Castelo para atender aos passageiros no centro da cidade. A linha começou a circular no dia 7 de novembro e a tarifa custa R$ 0,60. O governador Sérgio Cabral anunciou que o estado entregará o sistema de bondes recuperado até 2013.

Mesmo sem bondinho, os trilhos do bairro seguem até a entrada do morro dos Prazeres, que foi pacificado em 25 de fevereiro deste ano, assim como o morro do Escondidinho.

Recentemente, o diretor executivo do Unicef, Anthony Lake, visitou a sede da 16º UPP, nomeada Escondidinho/Prazeres, e conheceu os projetos desenvolvidos na comunidade. O comandante da UPP, capitão Jeferson Odilon, mostrou ao executivo o trabalho desenvolvido na Escolinha de Reforço, que oferece aulas de inglês, cidadania e cultura para os moradores. A operação conta com 179 policiais.

O acesso para o Morro dos Prazeres é feito por Santa Teresa, pela Rua Almirante Alexandrino. A entrada fica na Rua Gomes Lopes, próximo ao Corpo de Bombeiros. O acesso para o Morro do Escondidinho pode ser feito pela Rua Barão de Petrópolis, no bairro do Rio Comprido.

Fotos

Foto: Rio Tur/Divulgação