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Sonhos podem causar morte súbita de bebês
Quarta, 06 de agosto de 2003, 16h23

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A síndrome da morte súbita infantil pode ser provocada pelo fato de os bebês pararem de respirar quando sonham que estão de volta ao ventre materno, disse um cientista australiano na segunda-feira. George Christos, que se dedica a estudar os processos de formação do cérebro, disse que os bebês que sonham estar de volta ao útero, onde não precisam respirar, podem parar de aspirar o ar.
"Estou dizendo que se você deixa o ambiente em que dorme a criança, parecido com um útero, isso pode incentivar sonhos fetais, o que incita o bebê a revisitar os parâmetros de respiração fetal", disse Christos, que leciona na Universidade de Tecnologia Curtin, em Perth. A síndrome da morte súbita infantil (SMSI) é a principal causa de mortes entre bebês com menos de 1 ano. A maior parte dos casos acontece entre meninos de 2 a 4 meses.

Christos, que revelou sua teoria sobre os sonhos e a SMSI no recente livro "Memory and Dreams: the Creative Human Mind" ("Memória e sonhos: a mente humana criativa"), disse que o cérebro dos bebês não está totalmente equipado para sonhar até os 2 meses de idade - daí o fato de a síndrome não atacar recém-nascidos. Sua teoria foi inspirada por pesquisas no laboratório de psicofisiologia da Universidade Stanford (EUA), nas quais os pacientes relataram que paravam de respirar quando sonhavam que estavam submersos.

Enigma
A SMSI intriga os cientistas. Entre 1978 e 2000, matou mais de 8 mil bebês na Austrália - uma taxa de 0,54 morte para cada mil bebês nascidos vivos, semelhante ao verificado na Grã-Bretanha. Nos Estados Unidos, são 2,5 mil mortes por ano.

Há várias teorias a respeito da síndrome. Ela já foi atribuída ao fato de deixar o bebê dormir de estômago para baixo, ao uso do tabaco durante a gravidez, a disfunções cardíacas ou a uma bactéria supostamente presente em colchões velhos. Uma campanha sobre os benefícios de fazer os bebês dormirem de costas reduziu pela metade a incidência da síndrome.

Warren Guntheroth, professor de pediatria da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em Seattle (oeste dos EUA), reconhecido como um dos principais especialistas mundiais na SMSI, disse que a teoria dos sonhos é atraente, mas tem problemas. Segundo ele, a síndrome atinge principalmente bebês de 2 ou 3 meses, idade em que os sonhos com o útero deveriam se tornar menos freqüentes. Além disso, testes mostram que alguns bebês não sonham com nada até pelo menos os 6 meses de idade.

"Minha preocupação é que é difícil testar essa hipótese", disse ele. "Por outro lado, ela é altamente original e atraente".

Guntheroth contou que experimentos com filhotes de macacos mostraram que eles paravam de respirar quando panos úmidos e frios eram colocados sobre suas faces, o que mostra que alguns animais têm sistemas de alarme inadequados, que fazem com que eles parem de respirar quando não podiam fazê-lo.

Ele acha que os bebês podem reagir da mesma maneira. "Concluímos que, sonhem eles ou não, os bebês não têm um sistema de alarme interno adequado, e uma apnéia prolongada pode ser fatal", disse Guntheroth. Especialistas australianos na síndrome dizem que a teoria de Christos é apenas uma das cerca de 50 que circulam atualmente sobre a SMSI.

Reuters

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